Os governadores eleitos da oposição venezuelana anunciaram neste sábado que avaliarão, no domingo, um ultimato da Assembleia Constituinte que os obriga a prestar juramento a este órgão para poder exercer seus mandatos.

“Nós governadores eleitos conversaremos amanhã em Caracas para determinar coletivamente uma única ação que possa representar o anseio de um povo que se sente vulnerado por um regime”, disse em coletiva de imprensa Laidy Gómez, governadora eleita do estado de Táchira (oeste).

Os governistas conquistaram 18 dos 23 governos estaduais nas eleições de domingo passado, mas a oposição afirma que a votação foi marcada por fraudes e irregularidades.

A coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD) – que só reconhece os resultados que lhe deram vitória em cinco estados – descartou que seus governadores se subordinem à Constituinte, por considerá-la “ilegítima”.

Neste sábado, Delcy Rodríguez, presidente da Constituinte que governa o país com poderes absolutos desde agosto, reiterou os termos de um decreto que empraza os governadores eleitos a comparecer ante essa instância.

“Nós os esperamos na Assembleia Constituinte para que prestem juramento”, afirmou Rodríguez.

Caso os opositores se neguem a comparecer, o poder eleitoral convocará novas eleições nos cinco estados e os governadores anteriormente eleitos não poderão se candidatar outra vez, advertiu na sexta-feira o presidente Nicolás Maduro.

A lei prevê que os governadores devem prestar juramento ante os conselhos legislativos regionais, mas a Constituinte afirma que antes devem se subordinar a essa instância integrada apenas por chavistas.