O governo venezuelano entregou duas notas de repúdio ao responsável pelos negócios da embaixada dos Estados Unidos em Caracas, Lee McCleanny, após o vice-presidente Tareck El Aissami sofrer sanções por narcotráfico, confirmou nesta quarta-feira a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez.

Uma nota rechaça “medidas unilaterais e extraterritoriais contra a Venezuela” e outra exige “respeito a uma alta autoridade, mediante as redes sociais da embaixada dos Estados Unidos na Venezuela”, explicou Rodríguez em coletiva de imprensa a veículos internacionais.

Os documentos foram entregues na noite de terça-feira (15) pela funcionária durante reunião com McClenny.

O Departamento do Tesouro americano acusa El Aissami – vice-presidente desde 4 de janeiro – de facilitar, proteger e supervisionar o envio de drogas da Venezuela até o México e Estados Unidos, enquanto exercia o cargo de ministro de Interiores (2008-2012)e governador do estado de Aragua (2012-2017).

Por isso, foi ordenado o congelamento dos bens que possam pertencer nos Estados Unidos ao funcionário e o empresário Samark José López Bello, a quem se refere como “testa de ferro”. Também foi proibido que cidadãos e empresas desses países façam negócio com eles.

Rodríguez acusou a Embaixada americana de se comportar “mais como uma máquina de guerra do que como uma missão diplomática” e assegurou que McClenny tem “um amplo repertório de ações de ingerência e de apoio direto a setores violentos na Venezuela”.

Os Estados Unidos e a Venezuela precisam de mais embaixadores desde 2010.

O presidente Nicolás Maduro exigiu ao governo americano na terça que se retratasse e se desculpasse publicamente a El Aissami.

“É uma agressão que a Venezuela responderá pouco a pouco de forma equilibrada e contundente”, declarou o presidente socialista em rede de rádio e televisão.

Caracas argumenta que, durante durante a gestão de El Aissami como ministro, as autoridades venezuelanas capturaram 102 chefes do tráfico, e 21 foram extraditados para os Estados Unidos.