A Venezuela entregou nesta terça-feira (17) uma nota de protesto à representante da União Europeia em Caracas, informou uma alta funcionária do Ministério das Relações Exteriores venezuelano, após o chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell, classificar o governo de Nicolás Maduro como “ditatorial”.

“Entreguei uma nota de protesto à chefe da delegação da União Europeia, Rachel Roumet, após as contínuas declarações intervencionistas do alto representante Josep Borrell”, publicou na rede social X a vice-ministra de Relações Exteriores para a Europa, Coromoto Godoy.

“Não vamos tolerar mais intromissões (…). A União Europeia que cuide dos seus problemas”, acrescentou Godoy, que divulgou uma foto de sua reunião com Roumet.

Em meio às críticas da UE à reeleição do presidente Nicolás Maduro em 28 de julho, considerada fraudulenta pela oposição, Borrell chamou o governo de Maduro de “ditatorial”.

“Na Venezuela, há mais de 2 mil pessoas detidas arbitrariamente após as eleições, o líder da oposição teve que fugir, os partidos políticos estão sujeitos a mil limitações”, enumerou Borrell em uma entrevista transmitida no domingo pela emissora espanhola Telecinco.

“Como você chama tudo isso? Naturalmente, é um regime ditatorial, autoritário”, declarou.

Os protestos pós-eleições deixaram 27 mortos, 192 feridos e resultaram em mais de 2.400 detidos, enquanto o candidato opositor Edmundo González Urrutia, que reivindica vitória, exilou-se na Espanha após um mês na clandestinidade.

Quase dois meses após o pleito, a autoridade eleitoral ainda não publicou o escrutínio detalhado, conforme exigido pela lei. Estados Unidos, UE e vários países da América Latina pediram a divulgação dos resultados mesa por mesa.

O chanceler venezuelano, Yván Gil, respondeu às declarações de Borrell e o chamou de “porta-voz do mal”.

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