O governo da Venezuela apresentou, nesta quarta-feira (13), ao Parlamento um orçamento para 2024 equivalente a US$ 20,5 bilhões, um salto em relação a 2023 em meio à flexibilização das sanções dos Estados Unidos contra o vital setor petroleiro do país caribenho.

O orçamento para 2023 era equivalente a US$ 10,5 bilhões (R$ 54 bilhões, na cotação da época) no momento de ser aprovado em dezembro de 2022.

“Foi dado um primeiro passo na suspensão do bloqueio criminoso (…). Não é suficiente. Solicitamos a suspensão definitiva das sanções”, disse a vice-presidente Delcy Rodríguez ao apresentar o projeto de orçamento à Assembleia Nacional, controlada pelo partido do governo.

O orçamento desse país de 30 milhões de habitantes sobe para cerca de 730 bilhões de bolívares (US$ 20,5 bilhões ou R$ 101 bilhões), 77% destinados a “investimento social”, disse Rodríguez sem dar maiores detalhes.

A administração de Joe Biden flexibilizou suas sanções contra o petróleo, o gás e o ouro da Venezuela como parte de uma negociação entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição com vistas às eleições presidenciais previstas para o próximo ano.

Jorge Rodríguez, presidente do Parlamento e irmão da vice-presidente, qualificou as ações americanas de “bombas atômicas” lançadas sobre a economia venezuelana.

O orçamento da vizinha Colômbia para 2023 foi de US$ 77 bilhões (R$ 381 bilhões).

A produção de petróleo da Venezuela ficou em 780.000 barris por dia em novembro frente a 680.000 de média em 2022 e 550.000 em 2021, segundo dados da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep). Está muito longe, no entanto, dos mais de 3 milhões que o país colocava no mercado há vinte anos.

O governo chavista culpa as sanções pela queda de produção, mas especialistas destacam a deterioração da estatal petrolífera Pdvsa por anos de falta de investimento e graves escândalos de corrupção.

erc/ba/dga/dd/am