O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, afirmou nesta quinta-feira (13) que nenhuma missão de observação da União Europeia (UE) acompanhará as eleições de 2024, nas quais o presidente socialista Nicolás Maduro buscará a reeleição.

“Digo a você, Josep Borrell, nenhuma missão de observação da Europa virá aqui enquanto nós formos os representantes do Estado venezuelano”, declarou Rodríguez em referência ao chefe da diplomacia da UE, durante uma sessão legislativa da Assembleia Nacional.

“Eles não voltam, por serem grosseiros, colonialistas, representantes dessa Europa imperial ultrapassada, assassina e escravista, eles não voltam aqui”, advertiu Rodríguez.

“Eles nos enviaram emissários pedindo por favor para serem convidados como observadores nas eleições presidenciais de 2024, formalmente dizemos que não temos tempo para considerar essa solicitação”, enfatizou.

Após 15 anos, a UE enviou uma missão à Venezuela em 2021 para acompanhar as eleições regionais, destacando melhorias na legislação, mas também deficiências a serem superadas.

A missão fez 23 recomendações, incluindo a melhoria da autonomia da autoridade eleitoral e o fim das inabilitações políticas de dissidentes.

Recentemente, o bloco europeu expressou preocupação com a proibição de exercício de cargos públicos por 15 anos imposta a María Corina Machado, ex-deputada e pré-candidata presidencial da oposição.

A UE tem insistido em uma solução “pacífica e democrática” por meio de “eleições presidenciais críveis, transparentes e inclusivas em 2024”.

“Aqui, as leis na Venezuela são feitas pelos venezuelanos; as eleições na Venezuela são realizadas pelos venezuelanos. O futuro da Venezuela é decidido pelos venezuelanos”, enfatizou Rodríguez.

A data das próximas eleições presidenciais ainda não foi definida. Falta a nomeação, pelo Assembleia Nacional, controlado pelo chavismo, das novas autoridades do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), após a renúncia de sua diretoria.

A oposição, por sua vez, busca definir um candidato único por meio de primárias, mas o processo está ameaçado por um recurso apresentado na suprema corte e pelas inabilitações de candidatos como Henrique Capriles e Freddy Superlano.

Três dos principais candidatos nas eleições primárias da oposição, previstas para 22 de outubro, estão inabilitados.

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