O governo da Venezuela anunciou, nesta quarta-feira (9), que 1,5 bilhão de dólares (R$ 7,35 bilhões na cotação atual) do país caribenho, dinheiro que estava bloqueado em Portugal devido a sanções, foram liberados por uma decisão judicial.

“O governo bolivariano vence o processo e recupera seus ativos em Portugal”, escreveu o ministro de Comunicação e Informação, Freddy Ñáñez, na rede social X, antigo Twitter. “1,5 bilhão de dólares foram desbloqueados”.

Trata-se de fundos em contas no banco português Novo Banco, em nome de instituições e empresas estatais venezuelanas, como o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (Bandes), a petrolífera PDVSA e suas subsidiárias, conforme mostram capturas de tela divulgadas por Ñáñez da sentença do tribunal português, lida na televisão estatal.

O governo do presidente Nicolás Maduro tem sido alvo de sanções dos Estados Unidos e da União Europeia após a reeleição do líder socialista em 2018 ter sido denunciada pela oposição venezuelana como “fraudulenta”.

O Novo Banco bloqueou os fundos devido ao reconhecimento formal de Portugal, desde 2019, do líder opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.

A própria oposição eliminou este ano a figura simbólica do “governo interino” de Guaidó, alegando que ele não havia cumprido seus objetivos de mudança política.

Na época, Maduro classificou o bloqueio das contas da Venezuela em Portugal como um “roubo” e estimou esses fundos em mais de US$ 1,7 bilhão (R$ 8,33 bilhões).

Em fevereiro de 2019, a oposição afirmou que havia impedido a administração de Maduro de transferir US$ 1,2 bilhão (R$ 5,88 bilhões) de Portugal para o Uruguai por meio do Bandes, que possui filiais em território uruguaio.

Maduro denuncia que a Venezuela tem pelo menos US$ 24 bilhões (R$ 117,6 bilhões) “sequestrados” no exterior devido às sanções.

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