O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou nesta terça-feira o adiamento – do final deste ano para o primeiro semestre de 2017 – das eleições de governadores.

“As eleições regionais (governadores) ficam marcadas para o final do primeiro semestre de 2017”, informou a presidente do CNE, Tibisay Lucena, em mensagem na TV estatal, sem explicar as razões da decisão.

Na mesma mensagem, Lucena disse que “as eleições municipais estão mantidas para o segundo semestre de 2017”.

O anúncio agita ainda mais o ambiente político na Venezuela, uma semana antes do recolhimento das quatro milhões de firmas exigidas para a convocação de um referendo revogatório do mandato do presidente Nicolás Maduro.

Na véspera, o Supremo decidiu que o recolhimento de firmas para o referendo revogatório exigirá 20% do total de eleitores de cada Estado, e não do conjunto do país.

“A convocação do referendo revogatório exige reunir 20% de manifestações da vontade do corpo eleitoral em todos e cada um dos Estados e do Distrito Capital”, declarou o TSJ. “A falta de recolhimento deste percentual em qualquer dos Estados ou no Distrito Capital tornará inválida a convocação…”.

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A oposição rejeita tal exigência, alegando que a lei determina as firmas de 20% do total do eleitorado em nível nacional e não por regiões.

Há duas semanas, Maduro declarou que organizar eleições não é uma prioridade na Venezuela, e sim “recuperar a economia”.

A Venezuela atravessa uma severa crise econômica, marcada pelo desabastecimento e por uma inflação galopante, em parte devido à queda nos preços do petróleo, fonte de 90% das divisas do país.


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