Venezuela acusa EUA de execuções sumárias em ataque contra supostos narcotraficantes

AFP
(COMBO) Esta combinação de arquivos criada em 11 de agosto de 2017 mostra fotos do presidente venezuelano Nicolas Maduro (E) durante uma coletiva de imprensa em Caracas em 22 de junho de 2017; e o presidente dos EUA, Donald Trump, falando à imprensa em 11 de agosto de 2017, em Bedminster, Nova Jersey Foto: AFP

O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, acusou na quarta-feira os Estados Unidos de assassinatos extrajudiciais e sumários no mar, após o ataque com um drone contra uma lancha com supostos narcotraficantes.

O governo dos Estados Unidos afirmou que destruiu uma embarcação que supostamente pertencia ao grupo criminoso venezuelano ‘Tren de Aragua’ e transportava drogas a partir da Venezuela.

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“Assassinaram 11 pessoas sem nenhum julgamento. Eu pergunto se isso pode ser feito?”, disse Cabello, considerado o número dois do chavismo, em seu programa semanal de televisão. “Nenhuma suspeita de narcotráfico autoriza execuções extrajudiciais no mar”.

“Não está claro, não explicaram nada, anunciam pomposamente ter assassinado 11 pessoas. Isso é muito delicado. E o direito à defesa?”, insistiu. “Não há nada que sustente a acusação”.

A ação militar representou uma escalada nas ações dos Estados Unidos, depois que Trump assinou uma ordem executiva que autoriza o uso do Exército contra os cartéis do narcotráfico.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro declarou estado de alerta máximo diante do que ele chama de ameaça militar dos Estados Unidos.

O chavismo afirma que as ações de Washington no Caribe buscam uma mudança de regime na Venezuela.

“O que sempre tentaram”, disse Cabello. “Acabar com a revolução bolivariana, com mentiras, com ‘fake news’. A última coisa que inventaram foi um ataque”, insistiu.

O ministro anunciou exercícios militares da Milícia Bolivariana na quinta e sexta-feira. A Milícia é o quinto componente das Forças Armadas, integrada por civis e com grande carga ideológica.