CARACAS, 1 DEZ (ANSA) – A Procuradoria-Geral da República e a Assembleia Nacional da Venezuela anunciaram nesta segunda-feira (1º) a abertura de investigações sobre os ataques dos Estados Unidos contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas no Mar do Caribe, que resultou na morte de cerca de 80 pessoas. Ontem, o mandatário americano, Donald Trump, confirmou que conversou com seu homólogo de Caracas, Nicolás Maduro, há alguns dias.
Segundo o presidente da Assembleia, Jorge Rodríguez, “a ordem para matar” os ocupantes das embarcações “viola as Convenções de Genebra e o direito internacional humanitário”.
No domingo (30), Trump confirmou que conversou por telefone com Maduro, dias atrás, em meio à escalada da tensão entre os dois países.
“Não diria que [a conversa] foi boa ou ruim. Foi um telefonema”, afirmou o chefe da Casa Branca à imprensa, sem dar mais detalhes.
Mas segundo jornalistas americanos, a ligação abrangeu tanto um possível encontro entre os líderes como condições para uma anistia, caso Maduro renunciasse.
Ainda no domingo, o senador republicano Markwayne Mullin disse à CNN que a conversa também abordou um “estado de união”, tendo Trump oferecido ao chavista a possibilidade de “deixar o país e ir para a Rússia ou outro lugar”.
Desde meados do ano, as forças americanas já assassinaram mais de 80 pessoas em bombardeios contra barcos supostamente utilizados por narcotraficantes na costa do país sul-americano, e a Casa Branca acusa o presidente da Venezuela de chefiar um cartel de drogas. Washington também já deslocou o maior porta-aviões do mundo para o Mar do Caribe.
Já Maduro tem feito reiterados apelos em defesa da paz, e aliados do regime chavista acusam Trump de querer derrubar o mandatário para assumir o controle do petróleo venezuelano ? o país detém as maiores reservas do mundo. (ANSA).