VENEZA, 28 JUN (ANSA) – Centenas de pessoas voltaram a protestar no centro histórico de Veneza contra o faraônico casamento do dono da Amazon, Jeff Bezos, e da jornalista Lauren Sánchez, que trocaram alianças na última sexta-feira (27).
Com 200 convidados, incluindo personalidades como Bill Gates, Ivanka Trump, Leonardo DiCaprio, Kendall e Kylie Jenner, Kim Kardashian, Oprah Winfrey, Sydney Sweeney e Tom Brady, a celebração começou na quinta (26) e termina apenas neste sábado (28), apesar das repetidas manifestações de moradores locais que acusam o bilionário de se apropriar da cidade sem se preocupar com seu frágil ecossistema.
O novo protesto foi promovido por um grupo chamado “No space for Bezos” (“Sem espaço para Bezos”, um trocadilho também com as aventuras espaciais do magnata) e reuniu centenas de venezianos com cartazes contra o dono da Amazon, que parece não ter se incomodado com a insatisfação popular em Veneza.
Bezos, Sánchez e alguns de seus convidados almoçaram tranquilamente neste sábado no Harry’s Bar, uma instituição da capital do Vêneto e historicamente frequentado por artistas e outras personalidades.
Enquanto isso, outros convidados, como Ivanka Trump, preferiram visitar a exposição do “Homem Vitruviano”, o indivíduo de proporções ideais desenhado pelo gênio renascentista Leonardo Da Vinci, na Galleria dell’Accademia.
Os três dias de celebração terminam com uma festa neste sábado no Arsenal de Veneza, antigo estaleiro da “Sereníssima República”.
Desde o início da semana, a joia turística da Itália tem convivido com uma procissão de dezenas de superiates e jatinhos particulares, despertando a fúria dos venezianos preocupados com o futuro da cidade em tempos de crise climática.
Em reação aos protestos, Bezos, que tem uma fortuna estimada em US$ 200 bilhões (R$ 1,1 trilhão), fez uma doação de 3 milhões de euros (R$ 19 milhões) para Veneza, o equivalente a 0,0015% de seu patrimônio.
Além disso, o Ministério do Turismo da Itália, que defende o casamento, divulgou um estudo que diz que a festança pode render 957 milhões de euros (R$ 6,1 bilhões) em “benefícios econômicos” ao país, cifra que inclui 896 milhões de euros (R$ 5,8 bilhões) em “visibilidade e valorização da marca Veneza”, que já é um dos destinos turísticos mais cobiçados do mundo. (ANSA).