VENEZA, 20 ABR (ANSA) – A prefeitura de Veneza voltou a cobrar o acesso ao centro histórico da cidade em dias de alta demanda, projeto instituído no ano passado e que mira coibir o turismo predatório e controlar a presença de viajantes adeptos do chamado “bate e volta”.
Se em 2024 a contribuição de entrada foi praticada de maneira experimental durante 29 dias não sequenciais entre 25 de abril e 14 de julho, sobretudo em fins de semana, agora serão 54 dias, começando pelo período entre 18 de abril e 4 de maio.
O calendário ainda inclui o feriado da Festa da República, em 2 de junho, e todas as sextas-feiras, sábados e domingos até o fim de julho.
Quem reservar a entrada com até quatro dias de antecedência pagará os mesmos cinco euros (R$ 33) de 2024, mas quem decidir de última hora terá de desembolsar 10 euros (R$ 66).
Até a tarde do último sábado (18), cerca de 105 mil pessoas já haviam reservado seus bilhetes. “Não é uma operação para fazer caixa, porque no ano passado gastamos mais ou menos a mesma coisa que arrecadamos”, disse o secretário de Orçamento de Veneza, Michele Zuin.
“Em 2025, prevemos fazer entre 1 milhão e 1,5 milhão de euros de lucro [entre R$ 6,6 milhões e R$ 9,9 milhões], mas usaremos esse dinheiro para manter os boletos baratos para os venezianos”, acrescentou.
A taxa atinge apenas viajantes que não pernoitam no centro histórico de Veneza, e há isenções para moradores da região do Vêneto, menores de 14 anos, trabalhadores pendulares e estudantes.
A cidade é palco recorrente de protestos contra maus hábitos de turistas, como urinar na rua, mergulhar em canais e fazer piqueniques em pontes. Além disso, muitos culpam o turismo de massa pelo declínio da população do centro histórico, onde a crescente oferta de imóveis de temporada pressiona os preços de aluguéis para moradia e afasta moradores locais para áreas mais afastadas. (ANSA).