04/05/2020 - 12:16
VENEZA, 04 MAI (ANSA) – O primeiro dia de flexibilização da quarentena em Veneza, norte da Itália, foi marcado por protestos de comerciantes, empresários e artesãos que ainda não podem reabrir suas atividades e sofrem com a falta de turistas.
Por determinação do governo nacional, lojas só devem voltar a operar (com exceção de delivery) em 18 de maio, e se os números da pandemia continuarem caindo. Além disso, viagens de turismo continuam proibidas, o que afeta uma das cidades mais visitadas do país.
Ainda pela manhã desta segunda-feira (4), cerca de 30 pessoas, sobretudo pequenos comerciantes, se reuniram em frente à Estação Santa Lucia, principal acesso ao centro histórico de Veneza, para protestar contra o cronograma de reabertura definido pelo governo.
“Somos simples cidadãos que querem trabalhar, estamos parados há dois meses e queremos afirmar nossos direitos”, disse um deles.
Pouco depois, empresários e artesãos se juntaram na Ponte de Rialto e nas margens dos canais para um aplauso de protesto contra o veto ao comércio varejista.
O ato teve o apoio da Prefeitura de Veneza, que recebeu uma delegação de manifestantes para uma reunião. “Queremos sujar as mãos, e o governo e o Estado devem nos respeitar”, disse Claudio Barbiero, dono de um restaurante no distrito de Lido. O prefeito Luigi Brugnaro pertence ao partido conservador Força Itália (FI), que faz oposição ao primeiro-ministro Giuseppe Conte.
Com pouco mais de 50 mil habitantes, o centro histórico de Veneza amanheceu semivazio no primeiro dia de reabertura, já que não há turistas para povoar suas ruas e canais. As gôndolas, símbolos da cidade, continuam paradas.
Reabertura – A principal novidade da reabertura na Itália é a liberação de visitas a parentes ou relações amorosas, desde que respeitadas normas de distanciamento físico e de higiene e que ocorram dentro da mesma região. Uma pessoa que mora na Lombardia, por exemplo, não pode visitar seus pais no Vêneto.
O governo também permitiu a reabertura de parques e a prática de atividades esportivas longe da própria casa, bem como sessões de treinamento de atletas profissionais de forma individual. Clubes de futebol podem abrir seus CTs para os jogadores se condicionarem individualmente, mas treinos coletivos só serão autorizados a partir de 18 de maio.
No campo produtivo, foram reabertos os setores de manufatura, construção civil e o comércio por atacado necessário para essas duas atividades. Já o varejo voltará ao trabalho em 18 de maio, bem como museus e bibliotecas.
Restaurantes agora podem funcionar com serviços de comida para viagem, mas só devem receber clientes para consumo no local a partir de junho. Funerais também estão permitidos, condicionados ao limite de 15 participantes, à medição da temperatura corporal e ao uso de máscaras. (ANSA)