O poderoso veneno de uma espinhosa lagarta é capaz de penetrar nas células graças a um mecanismo herdado de bactérias há 400 milhões de anos, revelou nesta terça-feira (11) uma equipe de cientistas australianos.

A lagarta ‘asp’, que tem como habitat carvalhos e olmos em sua nativa América do Norte, parece quase inofensiva, com cerdas semelhantes a pelos.

Mas as cerdas escondem espinhos que podem provocar “uma picada tão dolorosa quanto tocar um carvão quente ou um objeto muito pontiagudo, muitas vezes levando as vítimas ao hospital”, segundo pesquisadores da Universidade de Queensland.

Os cientistas descobriram que o veneno é diferente de qualquer substância que já tenham visto em insetos, indicou Andrew Walker, que liderou a esquipe de pesquisa em biociências moleculares.

Suas proteínas são como as toxinas produzidas por bactérias similares a ‘escherichia coli’ e a salmonela, que aderem às superfícies das células e se organizam em estruturas circulares, segundo a equipe.

“O veneno destas lagartas evoluíram com transferências de genes de bactérias há mais de 400 milhões de anos”, disse Walker.

Estas toxinas poderiam ser utilizadas na produção de medicamentos por sua capacidade de penetrar nas células, acrescentou.

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