Vendas do Carrefour caem 4,3% no 1º trimestre, pressionadas por efeitos cambiais

O enfraquecimento das moedas emergentes pesou sobre os números do varejista francês Carrefour. Mesmo com o aumento no volume vendido nas lojas, o efeito negativo da desvalorização do real brasileiro e do peso argentino anulou o maior movimento e o primeiro trimestre terminou com queda 4,3% no faturamento ante igual período de 2015, para 20,05 bilhões de euros. O número veio ligeiramente superior à previsão dos analistas, de 20 bilhões de euros. Entre janeiro e março, o total vendido nas lojas abertas há mais de um ano em todo o mundo cresceu 3,1% na comparação com igual período do ano passado. Os negócios internacionais foram os responsáveis por esse avanço, já que o conjunto das filiais teve alta de 5,3%. Isso mais que compensou a estagnação na França, onde o movimento não cresceu na comparação com 2015. Apesar de os caixas terem registrado maior movimento no trimestre, isso não significou faturamento maior para a rede francesa. Isso é explicado pela desvalorização cambial nas economias onde o Carrefour atua. Assim, quando o faturamento do conjunto das filiais foi convertido para euros, o valor caiu 6,9%. Segundo o diretor financeiro do grupo, Pierre Jean Sivignon, boa parte desse movimento foi gerado pelo enfraquecimento do real brasileiro e do peso argentino. De acordo com o balanço trimestral, 53,4% do faturamento do período veio do exterior e 46,6% do valor teve origem na sede francesa. Além das moedas mais fracas, o faturamento do grupo Carrefour também foi prejudicado pela queda no movimento dos postos de gasolina que levam a marca da varejista em todo o mundo. Segundo o balanço, o item combustíveis gerou impacto negativo adicional de 1,2%. Apesar da queda do faturamento, o mercado reage positivamente aos números. Na Bolsa de Paris, as ações da varejista abriram o pregão com valorização em torno de 2% e, por volta das 5h05 (de Brasília), os papéis operavam em alta de mais de 4%.