As vendas de veículos zero quilômetro tiveram no mês passado crescimento de 16,2% na comparação com maio de 2024, quando o resultado foi prejudicado pelas enchentes no Rio Grande do Sul. O Estado responde por 5% do mercado nacional.
Foi, até aqui, o maior volume mensal do ano, com 225,7 mil unidades vendidas, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. O balanço foi divulgado nesta terça-feira, 3, pela Fenabrave, a entidade que representa as concessionárias de automóveis.
O desempenho positivo contou com um impulso das vendas diretas, canal de vendas a clientes frotistas, pelo qual foram vendidos mais de metade (52,6%) do total do mês passado. Conforme apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), um a cada quatro carros vendidos no mês passado foi para locadoras de automóveis.
Na passagem de abril para maio, o crescimento foi de 8,2%, neste caso explicado também pelo calendário com um dia útil a mais do mês passado. Considerando a média diária, o ritmo de vendas, de 10,7 mil veículos por dia, mostrou uma alta mais tímida, de apenas 3%.
Agora, o setor apresenta crescimento de 6,1% no acumulado desde o início do ano, somando 985,9 mil veículos de janeiro a maio. À espera do efeito dos juros altos e da desaceleração da atividade econômica, a previsão da Fenabrave é de crescimento menor, de 5%, nas compras de veículos novos no Brasil em 2025. No ano passado, o mercado de veículos novos teve alta de 14%.
O resultado do mês passado foi considerado positivo, mas o presidente da Fenabrave, Arcelio Junior, manifestou preocupação com o impacto nos próximos meses não apenas da alta dos juros, mas também da elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A entidade reafirmou nesta terça que pode rever seus prognósticos no mês que vem, após o fechamento do balanço de junho.
“O mercado cresceu, em maio, muito por conta dos faturamentos diretos, de empresas que estão em processo de renovação de suas frotas. Já o varejo vem sofrendo retração do tíquete médio dos financiamentos, mostrando que o consumidor está sentindo o impacto das taxas de juros e o recente aumento do IOF”, comentou Arcelio Junior. “Estamos preocupados com os resultados dos próximos meses”, acrescentou.
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