As vendas de automóveis nos Estados Unidos recuaram 2% em janeiro na comparação com igual período do ano passado, segundo a Autodata Corp. As vendas anuais sazonalmente ajustadas superaram as expectativas dos analistas, mas é o quarto mês no último semestre que os volumes diminuem na comparação anual, apesar de generosos incentivos.

Os resultados forçam as montadoras de Detroit e rivais estrangeiras a confrontar mais diretamente uma decisão estratégica difícil: manter descontos para fomentar as vendas ou demitir trabalhadores para que a produção espelhe mais a demanda subjacente. As duas opções têm um custo. Os incentivos geram dinheiro, mas reduzem as margens e ameaçam minar a alta consistente nos preços que o setor tem visto nos últimos anos. A desaceleração na linha de montagem também implica um gasto, porque as fábricas com uso inferior da capacidade ainda precisam de grandes montantes para manutenção.

Os descontos ficaram em US$ 3.635 por carro no mês passado em média, segundo a ALG, superando em muito os gastos com incentivo de janeiro de 2016 e representando um desconto de 10% em comparação com o preço pedido inicialmente. As montadoras da América do Norte continuam ampliando estoques, mesmo após sete anos de crescimento nas vendas terem sido interrompidos. O site WardsAuto.com estima que o estoque em médio no setor equivale a três meses de vendas.

A General Motors começou a cortar turnos e milhares de vagas em certas fábricas para lidar com esse quadro. Ainda assim, a GM reforça sua produção de caminhões, antecipando um apetite maior por picapes e modelos SUV em 2017. As vendas de veículos da GM recuaram 3,8% em janeiro na comparação anual, com 195.909 entregas, o que representa o volume mais baixo desde janeiro de 2014 para a montadora líder em venda nos EUA. A Ford Motor teve declínio de 0,7% na mesma comparação, mas disse esperar uma temporada de vendas mais forte pela frente, por isso ampliará o estoque nos próximos meses.

A Toyota informou que teve um declínio de 11,3% em suas vendas em janeiro na comparação anual. A montadora culpou em parte o resultado forte de dezembro e também a falta de modelos SUV de luxo.

A Honda e a Nissan informaram amplas aumento de cerca de 6% nas vendas em janeiro. Já a Fiat Chrysler teve queda de 11,2% nas vendas nos EUA em janeiro. Fonte: Dow Jones Newswires.