As vendas de automóveis na Europa caíram 23,7% em 2020, despencando para menos de 10 milhões, uma queda “sem precedentes” devido à pandemia da covid-19 – anunciaram as fabricantes nesta terça-feira (19).

“O mercado de automóveis particulares despencou 23,7%, para 9.942.509 veículos, sob o efeito da pandemia”, ou seja, três milhões a menos do que em 2019, informou em um comunicado a Associação de Fabricantes de Automóveis Europeus (ACEA), que reúne fabricantes de países da União Europeia.

Este é o valor mais baixo já registrado desde o início da série estatística em 1990, inferior ao de 2013 e 1993, anos desastrosos para a indústria automotiva.

É também uma queda significativa em relação a outros mercados, já que a China, o maior do mundo, perdeu apenas 1,9% ano a ano, para 25,3 milhões de unidades.

Já os Estados Unidos esperam queda de 15,3%, para 14,4 milhões de veículos, segundo estimativa da consultoria Cox Automotive para dezembro.

“As medidas adotadas contra a pandemia – incluindo confinamentos rígidos e outras restrições ao longo do ano – tiveram um impacto sem precedentes nas vendas de automóveis na União”, disse a ACEA.

Depois de uma primavera (boreal) catastrófica e de vários meses de altos e baixos, dezembro foi um dos melhores meses do ano, com queda de apenas 3,3% e 1.031.070 carros vendidos.

– Melhora em dezembro –

Muitos países continuaram registrando queda em dezembro, como Itália, França e Bélgica. Já a Espanha recuperou o nível de 2019, e Alemanha, Áustria e Holanda superaram esse patamar.

Em 2020, “os 27 mercados da União Europeia registraram quedas de dois dígitos”, mas com diferenças, observou a ACEA.

A Espanha registrou queda de 32,3%; a Itália, de 27,9%; a França, de 25,5%; a Polônia, de 22,9%; e a Bélgica, de 21,5%.

Na Alemanha, primeiro mercado europeu, a queda foi de 19,1% e, na Holanda, de 19,5%.

No Reino Unido, que este ano saiu da União Europeia, as vendas despencaram 29,4%, indicou a ACEA.

Todos os fabricantes sofreram com a situação de saúde, mas o líder europeu do setor, Volkswagen (Skoda, Audi, Seat, Porsche), melhorou sua posição. Apesar de suas vendas terem caído 21,6%, para 2,5 milhões de unidades, sua participação de mercado aumentou para 25,6%.

As vendas do segundo maior grupo da Europa, PSA (Peugeot, Citroen, Opel/Vauxhall), caíram 29,3%, para 1,5 milhão de veículos.

As do novo parceiro da PSA no grupo Stellantis, a Fiat-Chrysler, caíram 25,5%, para pouco mais de 650.000 veículos.

O terceiro grupo europeu, a Renault, sofreu queda de 25,6%, para pouco mais de 1,1 milhão de unidades.