18/09/2019 - 17:00
Entre crises e problemas a resolver no início de mandato, o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, tinha colocado como prioridade o pagamento dos salários atrasados. Ao completar 100 dias de gestão, o dirigente apresentou os números numa coletiva nesta quarta-feira, no CT tricolor. A situação segue delicada, mas a arrecadação com a venda de Pedro à Fiorentina, empréstimo em instituições financeiras e renegociações de dívidas trouxeram um respiro momentâneo e garantiram parte da promessa.
Ainda sofrendo com ações na Justiça – somente dos oito jogadores demitidos por whatsapp em dezembro de 2017 o valor gira em torno de R$ 80 milhões – e penhoras de valores importantes, o Fluminense tem buscado negociar com credores para aliviar o caixa. Segundo Mário, foram 15 acordos desde junho, a maioria trabalhista, envolvendo mais de R$ 10 milhões em cobranças. O clube conseguiu economia de R$ 522 mil e também aumentar o prazo de pagamento, o que evita gasto de R$ 3,4 milhões num curto espaço de tempo.
“Estamos tentando negociar e parcelar essas dívidas. O que a gente está tentando é reduzir o que tem hoje e pagar um bom pedaço”,explicou Mário, revelando que o Fluminense tem dívida a curto prazo de R$ 150 milhões.
As principais fontes de receita neste período, que ajudaram a pagar dívidas com credores e quatro meses de salários, foram empréstimos de R$ 6 milhões em instituições financeiras e a venda de Pedro à Fiorentina. Mário confirmou que o Fluminense vai receber 8 milhões de euros (cerca de R$ 36,2 milhões) por 40% dos direitos econômicos, ficando com mais 10% numa futura venda do atacante. O Artsul, que detinha a outra metade, aceitou ficar com 3 milhões de euros (R$ 13 milhões), mais 10%.
Outras fontes de renda foram a venda do mando de campo contra o Corinthians, por R$ 800 mil, para Brasília e o aumento da arrecadação com o programa de sócio-torcedor, com previsão de R$ 2 milhões no ano. Entretanto, novas negociações de jogadores não foram descartadas.
“Para valores de mercado, consideramos uma venda muito boa (de Pedro). A dívida do clube é muito grande, então, vamos ter que continuar a fazer essas vendas. Nosso objetivo é que lá na frente a situação esteja melhor para que possamos fazer com menos frequência”, afirmou o presidente tricolor.
Apesar do esforço, a diretoria do Fluminense também tem encontrado dificuldades para aumentar o caixa. A busca por patrocinador master segue sem solução, com as empresas oferecendo valores menores do que o desejado. Já em relação ao novo fornecedor de material esportivo, com a saída da Under Armour no meio do ano que vem, há otimismo em anúncio do novo parceiro na primeira quinzena de janeiro.
“O Fluminense tem um parâmetro de quanto custa seu uniforme. Fomos procurados por duas empresas interessadas, mas não podemos entregar as nossas propriedade por um valor muito baixo. Optamos por seguir conversando. Se não fecharmos agora, deixaremos para 2020 em um valor que seja justo para o clube”, disse.
Mário também revelou que o Samorín, clube da Eslováquia com quem o Fluminense encerrou recentemente parceria, cobra 2 milhões de euros por quebra de contrato. “Ofertei que eles ficassem com porcentagens de jogadores que jogaram lá, para que eles recebessem quando fizéssemos as vendas. Estamos conversando, mas é impressionante que um clube da nossa magnitude faça uma parceria com um clube desconhecido, em um lugar tão longe e ainda tenha dívida com esse clube”.