CARACAS, 3 NOV (ANSA) – A líder da oposição venezuelana María Corina Machado, vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025, afirmou no último domingo (2) que a maioria de seus compatriotas apoia as ações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra os cartéis de drogas e a pressão exercida sobre Nicolás Maduro.
“O povo venezuelano apoia totalmente o presidente Trump e sua estratégia porque lutamos 26 anos para libertar nosso país”, declarou ela em entrevista à Fox News, conduzida por Laura Trump, nora do líder dos EUA. “Agora temos a oportunidade de parar esta guerra”.
Segundo Machado, a “Venezuela é um exemplo claro da devastação que o socialismo e o crime podem causar na sociedade”, principalmente porque, “20 anos atrás, era o país mais rico e livre da América Latina, e hoje é um dos mais pobres”.
A vencedora do Nobel da Paz enfatizou ainda que “o socialismo promete igualdade para todos, mas, na realidade, somos todos igualmente pobres”.
Enquanto isso, o presidente dos EUA emitiu outra declaração ameaçadora ao ser questionado em uma entrevista à CBS sobre se os dias de Maduro estavam contados: “Eu diria que sim”, respondeu.
No entanto, o republicano se recusou a responder sobre possíveis ataques contra a Venezuela, após a enorme concentração de tropas e equipamentos americanos no Caribe.
Além disso, quando pressionado sobre a Venezuela, Trump se recusou a dizer a bordo do Air Force One se havia planos para atacar Caracas. A tensão no Caribe repercutiu até mesmo na Itália.
“A situação na Venezuela é preocupante. É claro que Maduro está em apuros. Veremos como os eventos se desenrolam”, declarou o ministro das Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani, referindo-se à crise no país latino-americano.
As tensões no Caribe permanecem elevadas em meio ao destacamento militar, naval e aéreo dos EUA, enquanto as comunidades costeiras continuam a ser afetadas pela presença do Comando Sul, que paralisou a atividade comercial e o fluxo tradicional de navios.
No último sábado (1º), os militares dos EUA realizaram mais um ataque contra uma embarcação que transportava supostos “narcoterroristas” no Mar do Caribe.
A operação, confirmada pelo Secretário de Defesa Pete Hegseth, soma-se a uma série de atentados que causaram pelo menos 64 mortes em águas internacionais, sem que nenhuma prova tenha sido apresentada. (ANSA).