Era noite de quinta-feira (5) quando os corpos das vítimas começaram a chegar nas casas de suas famílias, onde foram velados por pais, irmãos, avós, parentes próximos e distantes, vizinhos e amigos. Os sepultamentos, feitos um de cada vez, nos dois cemitérios da pequena Janaúba, reuniram centenas de pessoas.

Considerada heroína por retirar boa parte dos alunos da creche e ter lutado com o agressor, a professora Heley Batista, de 43 anos, foi velada sob o olhar de uma multidão. Entre os presentes, estava o prefeito Carlos Isaildon Mendes (PSDB).

Mendes costuma dizer que Janaúba é a 52.ª maior cidade de Minas – de 853 no Estado. Com economia voltada para plantação de banana, boa parte do lugar é coberto por barro – e não asfalto – e nem o GPS funciona direito. O clima é semiárido, com temperaturas altas.

A tragédia mudou a rotina do local que, em menos de 48 horas, registrou 31 voos de helicóptero, considerando só os transportes de vítimas a Montes Claros e Belo Horizonte. Em um dos hospitais de Janaúba, o Fundajan, faltam insumo básicos, como luvas e seringas. A Prefeitura disse, no dia anterior, não ter estrutura para atender tantas vítimas ao mesmo tempo.