Políticos já ameaçam criar dificuldades para aprovar projetos de Bolsonaro caso vença (Crédito:HELVIO ROMERO/AE)

Mal saiu das urnas em primeiro lugar no primeiro turno, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, já se vê às voltas com as pressões da velha política, cuja crítica é uma das chaves de seu discurso e uma das principais razões da sua alta votação. Aliados de Bolsonaro nos partidos tradicionais e no próprio PSL já reclamam de melhor tratamento em busca de espaço. Integrantes do DEM e outras legendas que o apoiaram no Norte e no Nordeste dizem que estão sendo escanteados. E já insinuam que, se for mantida a postura de isolamento, poderão colocar dificuldades no Congresso para que Bolsonaro aprove seus projetos no ano que vem, caso venha a ser eleito agora no próximo dia 28. São os primeiros ensaios de que eliminar da política o velho toma lá dá cá é coisa bem mais complicada do que parece.

Esquecidos

Também há os que reclamam terem sido abandonados nos Estados. A campanha teria focado apenas nos “puxadores de voto”, deixando de lado aliados históricos. Um dos que se queixam é Marcelo Reis, do grupo “Revoltados Online”, candidato a deputado estadual em São Paulo. Ele chegou a fazer um vídeo de desabafo nesse sentido nas redes sociais.

Paranoia

A paranoia de fraude nas urnas eletrônicas pode trazer riscos legais a alguns candidatos. No Distrito Federal, houve candidato que fez nas redes sociais pedido para que seus eleitores repassassem cópia do título eleitoral como forma de obter uma apuração paralela. Como o voto é secreto, tal sugestão pode ser considerada crime eleitoral.

Não identificado

Edilson Rodrigues/Agência Senado

No voo de volta para Brasília, depois do domingo de eleição em Porto Alegre, a senadora e candidata a vice de Geraldo Alckmin, Ana Amélia, resolveu fotografar o por do sol da janela do avião. Fez três fotos em sequência. Impressionou-se porque um ponto laranja apareceu na foto do meio e não nas outras duas. Ana Amélia desconfia que fotografou um OVNI.

Rápidas

* Sem partido e sem intenção de se filiar a algum outro tão cedo, o senador José Antônio Reguffe conseguiu eleger uma deputada distrital: a servidora do Conselho Nacional de Justiça, Júlia Lucy, do partido Novo.

* Reguffe aceitou apoiar candidatos que se comprometiam a assumir uma plataforma semelhante à dele. Aceitando, por exemplo, limites de gastos com o gabinete e contratação de funcionários, entre outros pontos.

* O presidente Michel Temer foi mais rápido. Se eleito, o candidato do PSL à presidência da República Jair Bolsonaro tem dito que vai trabalhar pela simplificação da burocracia e expedição de documentos públicos. Na terça 9, Temer editou medida nessa linha.

* O presidente instituiu, conforme medida publicada no Diário Oficial, o Selo de Desburocratização e Simplificação. Será dado aos órgãos do governo federal que encontrarem soluções para facilitar a vida do cidadão.

Retrato falado

“Pode se preparar, Jean Willys!”

Reprodução

Logo depois de saber que era a segunda deputada federal mais votada do Brasil, a jornalista Joice Hasselmann gravou um vídeo que divulgou nas redes sociais comemorando efusivamente sua vitória e a “de Edu”. No caso, “Edu” é o deputado Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro e o deputado mais votado. Joice disse estar disposta para a briga “com todos os que são contra o Brasil”. E foi aí que citou Willys, deputado pelo PSOL do Rio de Janeiro e grande adversário de Bolsonaro na Câmara.

Toma lá dá cá

LEILA DO VÔLEI (PSB-DF)

A senhora elegeu-se para o Senado numa onde de grande renovação. Novos nomes derrotaram políticos tradicionais. Isso aumenta seu desafio?

Sem dúvida. É minha primeira eleição e há toda essa expectativa de renovação. Mas eu vim do esporte. Da competição. Gosto de desafios.

Que recados saíram das urnas este ano?

O recado da necessidade de novas práticas. A população está pra lá de atenta.

Por seu passado de estrela do vôlei, as pessoas podem pensar que se trata de mais uma celebridade que chega à política…

Vou surpreender quem pensa assim. Fiz muito pelo esporte brasileiro, mas também tenho uma vida dedicada às causas da sociedade. Fui secretaria de Esportes do Governo do Distrito Federal. Tenho muito o que mostrar.

Grampolândia

Ainda não tem data, mas o plenário do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) deverá julgar ainda este ano se aceitará o pedido do subprocurador-geral Moacir Guimarães Morais Filho para que se investigue denúncia de ISTOÉ sobre a existência de um esquema de escutas clandestinas no Ministério Público Federal (MPF). Se for aceita a denúncia, será aberto um inquérito administrativo. A “grampolândia” foi descoberta ainda na gestão do ex-procurador geral Rodrigo Janot. Na ocasião, a própria atual chefe da PGR, Raquel Dodge, chegou a pedir uma varredura no seu gabinete após notar alguém havia mexido em objetos, como uma luminária, que estava caída no chão.

Força de Janot

Por falar em Rodrigo Janot, o ex-chefe da PGR continua com força no MPF. Segundo fontes, sua sucessora, Raquel Dodge, tem evitado ir para o embate com ele. Janot tem apoiadores em cargos estratégicos que poderiam atrapalhar sua gestão. Caso do Conselho Superior do Ministério Público Federal.

Cerco a Adélio

A Polícia Federal pretende concluir antes do final do segundo turno o segundo inquérito que investiga Adélio Bispo, o autor do atentado contra o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro. O inquérito deverá reforçar a conclusão de que ele agiu mesmo sozinho. Mas poderão gerar alguma polêmica as revelações mais aprofundadas das suas conexões políticas.

Com cuidado

Esse é o ponto que a PF quer tornar público com cuidado. A investigação retornou há cinco anos de relacionamentos de Adélio.
Ele foi filiado ao PSol e teve mesmo em um momento pretensões políticas. Assim, conversas e nomes do partido deverão aparecer na investigação. A PF quer tomar o máximo de cuidado para evitar por aí ilações.

Sair das fraldas

Folhapress

Pegou mal a pretensão de Kim Kataguiri de já chegar disputando a presidência da Câmara. Ele se elegeu pelo DEM, mesmo partido do atual presidente, Rodrigo Maia. E tem apenas 22 anos. Nem poderia entrar na linha de sucessão, já que o presidente da República precisa ter 35 anos. “Precisa sair das fraldas primeiro”, dizia um deputado esta semana.