21/03/2022 - 17:42
SÃO PAULO, 21 MAR (ANSA) – Por Luciana Ribeiro – Conhecer novos lugares é sempre uma experiência marcante, mas, muitas vezes, tem um preço alto, considerando custos com passagens, hospedagens, alimentação e traslados. A Itália não é um dos países mais baratos para se viajar, porém pode ser desbravada de diferentes formas, incluindo uma mais econômica, como a bicicleta.
As 20 regiões italianas ostentam fabulosas ciclovias paralelas ao mar, rotas cênicas por vales, montanhas e lagos, extensos caminhos que cruzam as fronteiras e itinerários históricos.
Esse tipo de passeio low cost é ideal para quem quer ver novos lugares, gastar pouco e tornar a viagem inesquecível.
Aproveitando a reabertura da Itália para turistas brasileiros, confira cinco itinerários acessíveis a qualquer pessoa: Rota Ciclística Munique – Veneza: Com 560 quilômetros dos Alpes até o mar e chegando a 3 mil metros de altitude, a Rota Ciclística Munique-Veneza passa por Alemanha, Áustria e Itália, com vistas panorâmicas e percorrendo ciclovias e estradas secundárias pouco movimentadas.
O trajeto oferece a oportunidade de visitar cidades importantes como Munique, Innsbruck, Cortina d’Ampezzo e Veneza, mas também de percorrer lagos e rios (Achen, no Tirol, o rio Isar e os lagos Toblacher, Valdaora e Santa Croce), além de vales idílicos (Wipptal, Eisacktal, Puster e Cadore, no coração das Dolomitas).
Recomenda-se mais de um dia para percorrer toda a ciclovia, mas também é possível conhecer apenas alguns trechos. Ao longo do caminho, o viajante encontra à disposição um eficiente serviço de ônibus e trem para transportar a bicicleta e pontos de atendimento para seu equipamento.
Via Francigena: A Via Francigena, uma das estradas mais importantes da Itália, nasceu na Idade Média para conectar a Cantuária, no Reino Unido, aos portos da região da Puglia, onde os peregrinos podiam embarcar para a Terra Santa, passando por Roma.
A rota, que pode ser realizada a pé ou de bicicleta, passa também por algumas cidades da França e da Suíça, como Reims e Lausanne. Entre as partes que mais chamam atenção no trajeto estão as colinas da região da Toscana.
Ao todo, o caminho tem 1.040 quilômetros – totalmente sinalizados – entre os 2,5 mil metros de altitude do Passo do Grande São Bernardo, nos Alpes, até Roma, cruzando o Vale do Pó, os Apeninos e os vales da Toscana.
As etapas recomendadas são 23, com uma extensão de cerca de 50 quilômetros cada. Em comparação com a rota de pedestres, composta principalmente por estradas de terra, a de bicicleta evita caminhos esburacados e compreende 70% de rodovias secundárias pavimentadas.
Ao longo do percurso, a paisagem contempla Aosta, Pavia, San Gimignano, Siena, o Vale d’Orcia, o Lago Bolsena e Viterbo.
Ciclovia dos Sonhos no Lago di Garda: A rota entre Limone sul Garda, na região da Lombardia, e Riva del Garda, em Trentino-Alto Ádige, é conhecida como “Ciclovia dos sonhos” por causa da vista exuberante para as águas azuis do Lago di Garda.
Considerada acessível e cênica, a ciclovia percorre uma magnífica passarela de 2 quilômetros presa às rochas, em meio a antigos limoeiros e à vegetação mediterrânea.
O percurso é perfeito para uma viagem tranquila em família ou para um passeio romântico. Graças a uma moderna iluminação em LED, a ciclovia também pode ser percorrida à noite.
O ponto de partida ideal para iniciar o trajeto é o centro de Limone sul Garda, a cerca de 3 quilômetros do início da ciclovia, onde há muitas possibilidades de estacionamento.
Ciclovia das Flores na Ligúria: A ciclovia de Riviera dei Fiori é uma estrada que se desenrola em frente ao mar por 24 quilômetros, entre San Lorenzo al Mare e Ospedaletti, na região da Ligúria. O percurso acompanha os trilhos da antiga linha ferroviária Gênova-Ventimiglia, desativada em 2001, e atravessa galerias, pontes, casas coloridas de pescadores e cidades pitorescas, como Santo Stefano al Mare, Riva Ligure, Taggia e Sanremo.
Perfeitamente pavimentada, equipada com sinalização rodoviária e fácil para pedalar, esta ciclovia oferece ainda estacionamento, bares e restaurantes, além da possibilidade de o viajante alugar bicicletas (mesmo que por poucas horas). Ao longo do caminho, existem vários pontos panorâmicos para admirar o mar.
Ciclovia de Salento: Com um percurso de 210 quilômetros ao longo do “calcanhar” da Itália, entre oliveiras centenárias e vistas inesquecíveis do mar, a ciclovia de Salento conta com uma ampla via costeira que atravessa pequenas aldeias onde é possível fazer uma parada para experimentar a gastronomia local.
O passeio perfeito começa em Lecce, facilmente acessível por trem, e depois continua em Otranto, passando ao longo do mar até Leuca, o trecho mais panorâmico e exigente devido às subidas e descidas, e Gallipoli.
O trajeto é majoritariamente plano – o que o torna adequado até para ciclistas menos treinados – e bem sinalizado, mas é especialmente recomendado na baixa temporada, quando as temperaturas são amenas e o tráfego, baixo. (ANSA)