24/01/2018 - 11:27
Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta nesta quarta-feira (24) a maior encruzilhada de sua vida política, quando um tribunal de segunda instância decidir sobre sua condenação de nove anos e meio de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.
O caso, que envolve o tríplex de São Paulo, é o mais avançado dos nove processos que o ex-presidente (2003-2010) enfrenta, seis dos quais estão em julgamento e dois na fase de denúncia.
Veja a seguir quais são esses processos.
1- O tríplex
Acusações: ganhar um tríplex no Guarujá para beneficiar a construtora OAS com obras da Petrobras quando ainda era presidente.
A propina foi avaliada em 2,4 milhões de reais.
Lula foi absolvido pela acusação de que a OAS também teria pagado 1,3 milhão para conservar seu acervo presidencial.
Estado: condenação em primeira instância. Defesa apresentou apelação ante um tribunal superior.
2- Instituto Lula
Acusações: Negociar com a empreiteira Odebrecht uma propina de 12 milhões de reais para comprar um terreno onde seria construído o instituto destinado a divulgar seu legado. A transferência não se concretizou, mas a promotoria afirma que o delito se consumou com a aceitação da propina.
É acusado na mesma causa de receber um apartamento contíguo ao que mora em São Paulo.
Estado: julgamento em primeira instância.
3- Sítio de Atibaia
Acusações: receber propinas de Odebrecht e OAS para reformar um sítio em Atibaia, São Paulo, que a promotoria afirma ser do ex-presidente, em troca de contratos com a Petrobras.
Estado: julgamento em primeira instância.
4- Aviões de combate
Acusações: lavagem de dinheiro e tráfico de influência na compra pelo Estado brasileiro de aviões suecos Gripen por 5 bilhões de dólares durante a presidência de Dilma Rousseff (2011-2016), sua sucessora e protegida política.
Segundo a denúncia, Lula recebeu 2,25 milhões de reais através de uma empresa de seu filho, Luís Cláudio.
Estado: julgamento em primeira instância.
5- O silêncio
Acusações: obstrução da justiça ao aparentemente participar de um plano para comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, envolvido no escândalo da estatal, para evitar que confessasse à justiça o funcionamento da rede de propinas na petroleira.
A Procuradoria pediu arquivamento por falta de provas.
Estado: julgamento em primeira instância.
6- BNDES
Acusações: tráfico de influência, corrupção passiva, lavagem de dinheiro.
Segundo a denúncia, “influenciou a política de financiamento internacional do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento), com a intervenção de outros organismos públicos federais para favorecer a Odebrecht”. A contraprestação foi de 20,6 milhões de reais materializados mediante uma participação na empresa de um dos sobrinhos do ex-presidente.
Estado: julgamento em primeira estância.
7- Montadoras
Acusações: corrupção passiva. A denúncia afirma que recebeu 6 milhões de reais em 2009 – durante seu segundo mandato – para prorrogar os benefícios tributários a montadoras.
Estado: julgamento em primeira instância.
8- PT
Acusações: organização criminosa, cartel, corrupção e lavagem de dinheiro.
Foi acusado junto à cúpula do PT de ter cobrado ilegalmente 1,485 bilhão de reais usando a administração pública.
Estado: denúncia na Suprema Corte.
9- Nomeação ministerial
Acusações: obstrução de justiça ao articular, junto com a ex-presidente Dilma Rousseff, sua nomeação como ministro chefe da Casa Civil para obter foro privilegiado e escapar das investigações do juiz Sérgio Moro.
Sua designação foi bloqueada pela Suprema Corte e, depois do impeachment de Dilma, o caso passou para a justiça comum.
Estado: denúncia na primeira instância.