27/11/2021 - 13:37
A variante omicron do coronavírus, descoberta por pesquisadores sul-africanos, é rara e possui um elevado número de mutações, o que a tornaria altamente transmissível.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) falou na sexta-feira sobre uma variante “preocupante”, que gerou pânico global e restrições aos voos internacionais.
Os cientistas trabalham 24 horas por dia para analisá-lo e tentar entender seu comportamento. É o que se sabe a partir dos elementos compartilhados por cientistas sul-africanos.
– Origens –
A origem desta nova cepa é atualmente desconhecida, mas os pesquisadores sul-africanos foram os primeiros a anunciar sua descoberta em 25 de novembro. Casos foram relatados naquele dia em Hong Kong e Botswana. Um dia depois, foi a vez de Israel e da Bélgica.
– Mutações –
Em 23 de novembro, os pesquisadores descobriram uma nova variante com uma “constelação muito incomum de mutações”. Alguns conhecidos, muitos novos.
Tem “o maior número de mutações que vimos até agora”, explica à AFP, Mosa Moshabela, professor encarregado de pesquisa e inovação da Universidade de KwaZulu-Natal (sudeste da África do Sul). “Alguns já foram vistos em delta e beta, mas outros são desconhecidos … e não sabemos como essa combinação de mutações ficará.”
Na proteína espícula, chave para a entrada do vírus no corpo, os pesquisadores observaram mais de 30 mutações, um elemento importante se comparado a outras variantes perigosas.
– Transmissão –
A velocidade com que novos casos diários de covid-19 estão aumentando na África do Sul, muitos relacionados ao omicron, sugere que isso se deve à forte capacidade de transmissão da cepa.
A taxa diária positiva para o coronavírus aumentou rapidamente nesta semana, de 3,6% na quarta-feira, para 6,5% na quinta-feira e para 9,1% na sexta-feira, de acordo com dados oficiais.
“Algumas das mutações que vimos no passado permitiram que o vírus se propagasse com mais rapidez e facilidade. Por isso, suspeitamos que essa nova variante se espalhe muito rapidamente”, explica o professor Moshabela.
– Imunidade e vacinas –
A julgar por alguns casos de reinfecções, “muito mais numerosas do que nas ondas anteriores” da pandemia, pode-se pensar que a variante prevalece sobre a imunidade, diz Moshabela com base nos primeiros dados disponíveis.
Isso poderia reduzir a eficácia das vacinas, a um grau que ainda não foi determinado.
– Gravidade da doença –
É o grande desconhecido. Passou-se menos de uma semana desde que a variante foi detectada, deixando muito pouco tempo para determinar clinicamente a gravidade dos casos.