Eleito em 2017 sob o rótulo de progressista e com a promessa de não ser “nem de direita nem de esquerda”, o presidente francês em fim de mandato, Emmanuel Macron, realizou durante o seu governo uma série de reformas, algumas muito polêmicas.

Estas são algumas das principais medidas políticas de Macron, que busca ser reeleito no segundo turno contra a candidata ultra-direitista Marine Le Pen neste domingo.

– Economia –

Esse ex-banqueiro do Rothschild prometeu durante a campanha de 2017 que faria da França um país mais atrativo para os investidores estrangeiros, flexibilizando os direitos trabalhistas e as normas burocráticas.

Por isso, nos primeiros meses de seu mandato, adotou uma reforma das leis trabalhistas, que incluia um limite nas indenizações por demissão, apesar de uma forte oposição por parte da esquerda.

Outra medida foi a suspensão do imposto sobre fortuna (ISF), substituído por um sobre fortuna imobiliária.

Também foi instaurada uma “taxa GAFA”, aplicada aos gigantes da tecnologia como Amazon e Facebook.

Durante os cinco anos de seu mandato, o auxílio-desemprego diminuiu, assim como os auxílios para habitação para pessoas com poucos recursos.

Estas medidas lhe valeram o apelido “presidente dos ricos”.

Em consequência do movimento de protestos dos “coletes amarelos”, surgido no final de 2018, aumentou o salário mínimo, reduziu os impostos para pessoas com baixos salários e deu para trás na alta prevista para o imposto sobre os combustíveis.

Globalmente, a taxa de desemprego na França passou de 9,5% no início do mandato para 7,4% no final de 2021.

Durante a pandemia de covid-19, foram desbloqueados milhões de euros para ajudar os trabalhadores e as empresas afetadas pela crise sanitária.

– Segurança –

O mandato de Macron esteve marcado por um aumento muito grande das acusações de violência policial. Diversas pessoas ficaram gravemente feridas nas manifestações, especialmente as dos “coletes amarelos”.

Em imagens que comoveram o país, quatro policiais agrediram violentamente um produtor de música negro em Paris em 2020.

Em 2020-2021, uma proposta de lei do partido presidencial que previa limitar a difusão de imagens das forças de segurança em ação foi muito criticada pelos defensores das liberdades públicas. O Conselho Constitucional acabou finalmente vetando o artigo.

– Migração –

Os atentados jihadistas perpetrados na França desde 2015 fizeram com que o tema da migração fosse uma das principais preocupações do eleitorado. Isso incitou Macron a endurecer sua conduta política sobre a questão.

Em 2018, após seis meses de polêmicas, o chefe de Estado promulgou uma lei para limitar a imigração e facilitar a expulsão dos solicitantes de asilo cujos pedidos foram negados.

Em 2021, o Parlamento adotou uma lei para luta contra o “separatismo islamista”, que permite fechar lugares de culto, escolas religiosas ou proibir sermões extremistas.

– Meio ambiente –

Apesar de Macron assegurar que a mudança climática é o “combate do século”, seu balanço sobre as questões ambientais é díspare.

Durante seu mandato, um projeto para criar um aeroporto no oeste do país foi abandonado após muitas manifestações e foi adotada uma lei proibindo a produção de hidrocarbonetos na França. Também foi aprovado um plano sobre biodiversidade.

Mas os ecologistas insistem no recuo do governo sobre a proibição do glifosato em três anos na França e no adiamento da redução da produção energética nuclear.

Os defensores dos animais e os ecologistas também criticam a decisão do presidente de reduzir pela metade os preços das permissões nacionais de caça.