Com um ano de “atraso”, as Olimpíadas enfim aconteceram. Depois de frustrações, treinos prejudicados e até perdas, os atletas estavam lá para atingir o ápice de suas carreiras e participar da competição mais importante do mundo. O planeta inteiro parou para torcer, vibrar a cada recorde, vitória ou pódio, além de se emocionar com as mais incríveis histórias de superação, garra e força.

Em um período atípico não só para o Brasil, mas o restante do mundo, chegar no lugar mais alto do pódio ganhou ainda mais admiração e encantamento, mas agora que a agitação das provas acabou, podemos tirar incríveis lições e carregá-las para a vida, tanto no trabalho, quanto no âmbito pessoal. Cândida Semensato, presidente da International Coaching Federation (ICF) no Brasil, explica três importantes lições:

Os problemas existem. O que fazer para superá-los?

Ser um atleta de elite e alto rendimento é bastante desafiador, mas ter que encarar o isolamento social, ser impossibilitado de treinar nos locais e da forma adequados e de estar junto ao restante do time e treinador, aterrorizou inúmeros competidores. Fora dos esportes, algumas situações também costumam trazer medo e insegurança para as pessoas, como sair do trabalho presencial e ir para o remoto, por exemplo. Esse é um bom momento para buscar o apoio que o coach traz. O profissional, desde que qualificado, vai firmar uma parceria com o cliente, a fim de provocar nele o pensamento criativo, inspirando a ampliar seu potencial profissional e expandir sua visão.

Tenha um propósito só seu

A desistência da ginasta Simone Biles – a favorita no início das Olimpíadas – levantou um intenso debate sobre como lidamos com nossa saúde mental. A atleta decidiu não disputar a maioria das provas porque não estava se sentindo bem o suficiente e que, se o fizesse, seria pela vontade de terceiros, e não pela própria. São dois pontos cruciais: o primeiro é admitir não estar bem, ainda que isso gere críticas, o segundo é que não devemos insistir em algo somente porque o resto do mundo espera isso. Se sentir pressionado, não saber exatamente onde está, nem para onde ir são situações recorrentes, principalmente porque as cobranças do dia a dia exigem cada vez mais força e resistência. Essa é a oportunidade para firmar novos propósitos.

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O coaching também pode trazer grandes contribuições nesse processo, com questionamentos certeiros e no momento oportuno, para recuperar a autoconfiança e identificar fatores como aptidões, talentos, maiores desejos e emoções positivas, que direcionem o cliente ao encontro de seu verdadeiro propósito.

Saber perder é importante para evitar a estagnação

É claro que todos os atletas desejam estar no lado mais alto do pódio. Afinal, a vitória é o resultado de treinos intensos, dedicação absoluta e muita disciplina. No entanto, nem sempre atingimos a vitória e, para evitar que a frustração bloqueie os próximos passos, é importante manter a inteligência emocional, que é um conjunto de habilidades para gerir impasses, simples e complexos, que inevitavelmente acontecem ao longo da vida. Nessa situação, o coaching vai agir de modo a entender quais são as perspectivas que dificultam a visão do todo, ou se existem comportamentos que comprometem a qualidade de seus resultados. A partir disso, é possível reduzir os níveis de estresse, aumentar sua performance e a maneira como conduz os processos, porque ter conhecimento sobre as próprias emoções é crucial para romper barreiras e seguir firme rumo aos objetivos.

Cada história que acompanhamos nos jogos olímpicos, vitoriosas ou não, tem um desfecho diferente, mas todas refletem a importância de manter a disciplina e resiliência, mesmo que tudo pareça jogar contra. E ainda que o final não seja o que esperávamos, é fundamental ter em mente que sempre é possível recomeçar, reconhecer os seus próprios limites, pedir ajuda quando for necessário e seguir adiante, expandindo cada vez mais a visão sobre sua própria capacidade e força, livre de interferências externas e com foco total em propósitos que nos façam sentido.


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