REFORMA Com diversas paralisações, devido à falta de verbas e à pandemia, o prédio do Museu do Ipiranga vem passando por obras para a festa de 2022, com o patrocínio do Bank of America. (Crédito:DANIEL TEIXEIRA)

Recomeçaram os trabalhos de restauração dos quadros que fazem do Salão Nobre do Museu do Ipiranga, em São Paulo, um dos mais significativos símbolos de nossa formação como Nação. O objetivo é que tudo fique pronto até o início de 2022, ano em que será comemorado o bicentenário da Proclamação da Independência, ocorrida a 7 de setembro de 1822 — data em que o Brasil deixou de ser uma colônia portuguesa. A restauração das obras, interrompida por falta de recursos financeiros e também devido à pandemia, terá sequência com a participação direta, por meio de patrocínio, do banco norte-americano Bank of America (não foi revelado o valor total do investimento). À exceção do monumental “Independência ou Morte” (tem cerca de trinta metros quadrados), pintado por Pedro Américo, custeado pelo próprio regime imperial e inaugurado em Florença diante do imperador Pedro II e da então rainha Vitória, da Inglaterra, todos os demais trabalhos a serem restaurados são de autoria de Domenico Failutti e Oscar Pereira da Silva. Merecem destaque: “Retrato de Dona Leopoldina de Habsburgo e seus filhos” (Domenico Failutti, 1921), “Retrato de D. Pedro I” (Oscar Pereira da Silva, 1925), “Retrato de José Bonifácio de Andrada e Silva” (Oscar Pereira da Silva, 1922) e “Retrato de Maria Quitéria de Jesus Medeiros (Domenico Pailutti, 1920). Todas essas obras foram fundamentais para a formação de um imaginário nacional.

A mais importante obra, há 126 anos no mesmo lugar

Foi fora do Brasil que o quadro “Independência ou Morte” (acima), de Pedro Américo, acabou sendo exibido pela primeira vez. A exposição inaugural deu-se em 1888, na Academia Real de Belas Artes de Florença, e contou com a presença de Pedro II (cuja coroação completou cento e oitenta anos no último domingo 18). A obra foi vista, depois, em Chicago, em 1893. Desembarcou no Museu do Ipiranga em 1895 e está até hoje na parede em que foi instalada — ou seja, há 126 anos encontra-se no mesmo lugar. Será protegida, mas não removida, na restauração.

ESPAÇO
O homem mais rico do mundo para além da atmosfera

FESTA Bezos e seus colegas de voo na nova versão da corrida espacial: “foi o melhor dia da minha vida”, disse ele (Crédito:Divulgação)

Sem piloto no comando da aeronave Blue Origin, o homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, ultrapassou a atmosfera e deu início a um novo capítulo no turismo no espaço. O voo, que contou com uma tripulação de quatro pessoas, atingiu 100 quilômetros de altitude, chegando na chamada Linha de Kármán. Decolou no Texas, nos EUA, e retornou em cerca de dez minutos. “Foi o melhor dia da minha vida”, disse Bezos, já de volta à Terra. Sem dúvidas,
essa é mais uma aposta do bilionário na corrida espacial.

HISTÓRIA
Campo de Goytacazes e a memória israelita

META Klein, presidente da Federação Israelita do Rio de Janeiro: objetivo cumprido (Crédito:Divulgação)

A história para o povo judeu é fundamental – e não apenas a ele, mas para toda a humanidade. É nela que habita a construção de um futuro justo a partir de um passado no qual tantas perseguições foram sofridas. É essa histórica que marca a existência do Cemitério Israelita de Campos de Goytacazes, no Rio de Janeiro. Em 2022, ele completará cem anos. Guarda a memória de famílias que, no início do século 20, emigraram do leste europeu, deixando para trás a perseguição antissemita. Da Rússia, Polônia, Romênia e Turquia vieram, em sua maioria, os judeus que estão sepultados em Goytacazes. “Na religião judaica a sepultura é definitiva, eterna”, diz o presidente da Federação Israelita do Rio de Janeiro, Alberto David Klein. Ao longo do tempo, a comunidade israelita da região extinguiu-se, o cemitério iria deixar de existir. Klein sempre teve o objetivo de reformá-lo. Juntamente com o apoio da Companhia de Desenvolvimento do Município de Campos e a Prefeitura da cidade, a Federação Israelita começou e concluiu a reforma. “As novas gerações precisam saber o que as passadas sofreram”, diz ele.