23/07/2021 - 9:30
Recomeçaram os trabalhos de restauração dos quadros que fazem do Salão Nobre do Museu do Ipiranga, em São Paulo, um dos mais significativos símbolos de nossa formação como Nação. O objetivo é que tudo fique pronto até o início de 2022, ano em que será comemorado o bicentenário da Proclamação da Independência, ocorrida a 7 de setembro de 1822 — data em que o Brasil deixou de ser uma colônia portuguesa. A restauração das obras, interrompida por falta de recursos financeiros e também devido à pandemia, terá sequência com a participação direta, por meio de patrocínio, do banco norte-americano Bank of America (não foi revelado o valor total do investimento). À exceção do monumental “Independência ou Morte” (tem cerca de trinta metros quadrados), pintado por Pedro Américo, custeado pelo próprio regime imperial e inaugurado em Florença diante do imperador Pedro II e da então rainha Vitória, da Inglaterra, todos os demais trabalhos a serem restaurados são de autoria de Domenico Failutti e Oscar Pereira da Silva. Merecem destaque: “Retrato de Dona Leopoldina de Habsburgo e seus filhos” (Domenico Failutti, 1921), “Retrato de D. Pedro I” (Oscar Pereira da Silva, 1925), “Retrato de José Bonifácio de Andrada e Silva” (Oscar Pereira da Silva, 1922) e “Retrato de Maria Quitéria de Jesus Medeiros (Domenico Pailutti, 1920). Todas essas obras foram fundamentais para a formação de um imaginário nacional.
A mais importante obra, há 126 anos no mesmo lugar
Foi fora do Brasil que o quadro “Independência ou Morte” (acima), de Pedro Américo, acabou sendo exibido pela primeira vez. A exposição inaugural deu-se em 1888, na Academia Real de Belas Artes de Florença, e contou com a presença de Pedro II (cuja coroação completou cento e oitenta anos no último domingo 18). A obra foi vista, depois, em Chicago, em 1893. Desembarcou no Museu do Ipiranga em 1895 e está até hoje na parede em que foi instalada — ou seja, há 126 anos encontra-se no mesmo lugar. Será protegida, mas não removida, na restauração.
ESPAÇO
O homem mais rico do mundo para além da atmosfera
Sem piloto no comando da aeronave Blue Origin, o homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, ultrapassou a atmosfera e deu início a um novo capítulo no turismo no espaço. O voo, que contou com uma tripulação de quatro pessoas, atingiu 100 quilômetros de altitude, chegando na chamada Linha de Kármán. Decolou no Texas, nos EUA, e retornou em cerca de dez minutos. “Foi o melhor dia da minha vida”, disse Bezos, já de volta à Terra. Sem dúvidas,
essa é mais uma aposta do bilionário na corrida espacial.
HISTÓRIA
Campo de Goytacazes e a memória israelita
A história para o povo judeu é fundamental – e não apenas a ele, mas para toda a humanidade. É nela que habita a construção de um futuro justo a partir de um passado no qual tantas perseguições foram sofridas. É essa histórica que marca a existência do Cemitério Israelita de Campos de Goytacazes, no Rio de Janeiro. Em 2022, ele completará cem anos. Guarda a memória de famílias que, no início do século 20, emigraram do leste europeu, deixando para trás a perseguição antissemita. Da Rússia, Polônia, Romênia e Turquia vieram, em sua maioria, os judeus que estão sepultados em Goytacazes. “Na religião judaica a sepultura é definitiva, eterna”, diz o presidente da Federação Israelita do Rio de Janeiro, Alberto David Klein. Ao longo do tempo, a comunidade israelita da região extinguiu-se, o cemitério iria deixar de existir. Klein sempre teve o objetivo de reformá-lo. Juntamente com o apoio da Companhia de Desenvolvimento do Município de Campos e a Prefeitura da cidade, a Federação Israelita começou e concluiu a reforma. “As novas gerações precisam saber o que as passadas sofreram”, diz ele.