Vaticano teria aceitado a nomeação de 7 bispos pela China

PEQUIM, 2 FEV (ANSA) – O papa Francisco teria aceitado a nomeação de sete bispos católicos, feitas pelo governo chinês, como parte de um acordo para que Pequim reconheça a autoridade do líder da Igreja, informou nesta sexta-feira (2) o jornal “The Wall Street Journal”.   

De acordo com a publicação, a concessão teria sido feita para acelerar a retomada das relações diplomáticas entre o país asiático e a Santa Sé, rompidas desde 1951, e põe fim em um dos principais entraves das conversas que ocorrem há mais de uma década.   

Por anos, o Vaticano se negou a reconhecer as ordenações religiosas feitas por Pequim, considerando-as ilegais e um ato de desafio à autoridade do Papa. A mudança de posicionamento seria um fato histórico.   

Já do lado do Partido Comunista Chinês, que é oficialmente ateu e que persegue os católicos do país, um dos principais problemas nas conversas é a questão do reconhecimento do Vaticano a Taiwan.   

A pequena cidade-Estado é a única da Europa que reconhece o status de país da ilha e há mais de 20 anos mantém relações bilaterais com ela. Para chegar a um acordo, Pequim exige que o Vaticano retire esse reconhecimento.   

Recentemente, o cardeal emérito de Hong Kong, Joseph Zen, criticou as conversas levadas adiante pela Secretaria de Estado, a mando de Francisco. O religioso, que nunca aceitou as conversas de alto nível por conta também da ingerência chinesa em Hong Kong, afirmou que a Igreja Católica estava se “vendendo” ao governo chinês.   

Desde o Pontificado de Bento XVI, as conversas entre os dois lados estão sendo intensificadas e Jorge Mario Bergoglio tem particular empenho em resolver a questão. (ANSA)