VATICANO, 20 JUN (ANSA) – O Vaticano revelou nesta quinta-feira (20) que, se houvesse uma abertura por parte dos chineses, o papa Francisco iria imediatamente à China, pela qual ele sempre demonstrou grande estima pela população, história e cultura.   

“O Papa está disponível para ir à China, na verdade ele deseja ir à China. Não me parece que até agora existam condições para que este desejo se concretize. Se houvesse disponibilidade do lado chinês, o Papa partiria imediatamente”, garantiu o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin.   

A declaração foi dada pelo religioso à margem de sua passagem pela Pontifícia Universidade Urbaniana, em resposta a jornalistas que perguntaram se seria possível imaginar uma viagem de Francisco pelo país asiático.   

Durante o evento, Parolin lembrou a figura do primeiro delegado apostólico na China que lançou as bases para um diálogo, que encontrou resposta na assinatura do acordo com a Santa Sé sobre as nomeações dos bispos.   

De acordo com o cardeal, a Santa Sé continua o diálogo com a China e o acordo provisório sobre a nomeação dos bispos será renovado no final do ano.   

“Já estamos conversando há algum tempo, estamos tentando encontrar os melhores procedimentos também para a aplicação do acordo que foi assinado na época e que será renovado no final deste ano”, explicou.   

Parolin ainda destacou que “o Papa tem um apreço pelo povo e pela nação chinesa, e nunca lhe falta a oportunidade de o expressar, talvez porque é jesuíta e, portanto, tem o legado do passado”. “Esperamos que esta jornada possa levar a uma conclusão positiva”, concluiu.   

O Vaticano e a China assinaram um acordo provisório em 2018. Os dois países haviam rompido as relações diplomáticas formais em 1951, quando a Santa Sé reconheceu a independência da ilha de Taiwan, que ainda é vista por Pequim como uma “província rebelde”.   

Durante décadas, católicos chineses viveram divididos entre uma conferência de bispos escolhida pelo Partido Comunista e um braço da Igreja Apostólica Romana que atuava na clandestinidade.   

No ano passado, a China chegou a incomodar a Santa Sé ao nomear um bispo católico à revelia do Papa, violando o acordo bilateral que foi renovado até 2024. Os termos exatos do pacto permanecem em sigilo, mas sabe-se que ele permitiu ao Vaticano recuperar papel ativo na nomeação de bispos chineses. (ANSA).