CIDADE DO VATICANO, 07 JUL (ANSA) -A força-tarefa de Segurança da Comissão Vaticana para a Covid-19 pediu nesta terça-feira (07) que os países revertam suas despesas militares em ajuda humanitária.   

“A despesa militar global em 2019 foi de US$ 1,9 trilhão só nos Estados Unidos, o que supera e muito a média das despesas militares globais anuais durante a Guerra Fria. O valor é cerca de 300 vezes o orçamento da Organização Mundial da Saúde. E há ainda quem peça um aumento nesse valor para combater a pandemia”, ressaltou Alessio Pecorario, que coordena a força-tarefa par a o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.   

Por isso, “é preciso fazer uma escolha”. “Os fornecimentos médicos, a segurança alimentar, e a retomada econômica centrada na justiça social e na economia verde pedem recursos que podem ser retirados do setor militar no contexto de um renovado controle dos armamentos. A segurança alimentar está no primeiro lugar e é fundamental para a segurança internacional”, acrescentou Pecorario.   

Durante a coletiva sobre os trabalhos do grupo, criado pelo papa Francisco, o coordenador afirmou que a pandemia, além de criar uma crise social, humanitária e econômica em todo o mundo, ampliou as diferenças “não apenas entre pobres e ricos”, mas também entre “zonas de paz, prosperidade e justiça e zonas de conflitos, privação e devastação ambiental”.   

“Precisamos de uma globalização da solidariedade. Nós temos a necessidade de uma liderança global que consiga reconstruir laços de unidade, enquanto precisamos rejeitar as recriminações recíprocas, os nacionalismos, o isolacionismo e outras formas de egoísmo”, acrescentou.   

O coordenador da força-tarefa ainda afirmou que a Igreja apoia “fortemente” projetos de construção de paz que são “essenciais para superar os conflitos e para responder a emergência da Covid-19”. “A pandemia da Covid-19, a recessão econômica e as mudanças climáticas tornam sempre mais clara a necessidade de dar prioridade à paz em respeito às questões de segurança nacional.   

Agora é o momento de construir um mundo que reflete melhor uma aproximação verdadeiramente integral à paz, ao desenvolvimento humano e à ecologia”, concluiu. (ANSA)