VATICANO, 19 JUL (ANSA) – O Vaticano alertou na noite da última sexta-feira (19) que a situação na Faixa de Gaza, onde se destrói e mata de fome a população vítima da guerra entre Israel e o Hamas, está “insustentável”.
Em entrevista ao Tg2 Post, da RAI, o secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, destacou que “é necessária vontade política para acabar com a guerra”, que já passou dos limites.
Parolin comentou sobre o telefonema entre o papa Leão XIV e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no qual foi pedido explicações sobre o ataque contra a Igreja da Sagrada Família de Gaza, que causou três mortos e 10 feridos, incluindo o pároco Gabriel Romanelli.
“Acho que foi oportuno, não se podia deixar de explicar ao Papa, não informar diretamente a Leão XIV o que aconteceu, que é de uma gravidade absoluta. Portanto, acho que o telefonema foi positivo”, afirmou ele, acrescentando que acredita que “há três coisas a esperar” depois da ligação.
Segundo o cardeal italiano, é preciso, “em primeiro lugar, que os resultados reais da investigação prometida sejam realmente divulgados”, porque “a primeira interpretação que foi dada é a de um erro, mas foi assegurado que haveria uma investigação a respeito” “Depois de tantas palavras, espero sinceramente que o que foi dito pelo primeiro-ministro possa se concretizar o mais rápido possível, porque a situação em Gaza é realmente insustentável”, enfatizou.
Parolin reforçou ainda que esta “é uma guerra sem limites” e questionou: ‘Como se pode destruir e matar de fome uma população como a de Gaza?”.
Para o secretário de Estado do Vaticano, “muitos limites já foram ultrapassados”. Além disso, em relação às muitas guerras em curso, ele lembra que a Santa Sé está sempre aberta à mediação, mas “a mediação só é válida quando as duas partes a aceitam”.
“Deve haver disponibilidade das duas partes, dos dois países ou dos dois povos em conflito para aceitar essa mediação da Santa Sé. Continuaremos a insistir como sempre fizemos, sem perder a esperança, mas tecnicamente é muito difícil”, disse.
Por fim, reforçou que “é necessária vontade política para acabar com a guerra, sabendo que os custos de uma guerra são terríveis para todos, em todos os sentidos”. (ANSA).