O Vaticano divulgará na terça-feira (10) a investigação interna e o processo contra o ex-cardeal americano Theodore McCarrick, expulso em 2019 do sacerdócio pelo papa Francisco, após ser condenado por abusos sexuais de menores.

“A Santa Sé divulgará nesta terça, 10 de novembro, o informe (…) e o processo de decisões que atinge o ex-cardeal Theodore Edgar McCarrick (1930-2017) elaborado pela Secretaria de Estado a pedido do papa”, anunciou o porta-voz do Vaticano em um comunicado nesta sexta-feira (6).

O relatório chega até 2017, quando o Vaticano aprovou a abertura de uma investigação independente que descobriu as primeiras denúncias por abusos do arcebispo de Washington, hoje com 90 anos.

Particularmente reconhecido pela arrecadação de fundos para a Santa Sé por parte de doadores americanos ricos, McCarrick foi destituído de seu título de cardeal em meados de 2018 e do status sacerdotal no início de 2019.

A decisão foi tomada no fim da investigação iniciada pelo Arcebispado de Nova York, após o depoimento de um homem que acusava o prelado de ter abusado sexualmente dele nos anos 1970.

Diante dos “graves indícios” revelados na investigação, o papa retirou do monsenhor McCarrick o título de cardeal.

O caso abalou a hierarquia da Igreja Católica americana, pouco antes da publicação de um relatório devastador sobre os abusos em massa cometidos na Pensilvânia.

O ex-cardeal, que vive desde setembro de 2018 na pequena cidade de Victoria (Kansas), foi acusado várias vezes de agredir sexualmente de outros menores e de ter relações com seminaristas que convidava para sua casa de praia em Nova Jersey ao longo de muitas décadas.

“Não sou tão mal como me pintam. Não acredito que fiz as coisas pelas quais me acusaram”, comentou em uma entrevista concedida em setembro de 2019 à jornalista americana Ruth Graham.

O relatório do Vaticano deverá incluir a investigação sobre os registros contábeis da arquidiocese e as centenas de beneficiários envolvidos no caso, até o momento em que Francisco proibiiu McCarrick de exercer seu ministério pelas acusações de abuso contra ele.