A família de Emanuela Orlandi, uma adolescente que desapareceu misteriosamente há 36 anos em Roma, foi convocada pelo Vaticano para acompanhar em 20 de julho a exumação de restos mortais que foram localizados recentemente – anunciou a Santa Sé neste sábado (13).

Os túmulos de duas princesas do século XIX foram abertas na quinta-feira, em um pequeno cemitério alemão dentro das muralhas da Cidade do Vaticano, com a autorização do Vaticano e a pedido da família da jovem. Emanuela desapareceu aos 15 anos de idade.

A família Orlandi havia recebido informações anônimas que indicavam que os restos mortais de Emanuela poderiam estar naqueles túmulos. Técnicos forenses abriram as sepulturas e verificaram que estavam vazias.

Neste sábado, o porta-voz da Santa Sé, Alessandro Gisotti, anunciou que foram localizadas duas ossadas no sótão do Colégio Teutônico, ao lado do cemitério alemão.

Os restos mortais podem ser acessados através de um alçapão. Ficará fechado até a inspeção, programada para o próximo sábado pela Justiça do Estado do Vaticano e que será realizada na presença de representantes da família Orlandi.

Especialistas consideram que os esqueletos das princesas podem ter sido transferidos para aquele local, devido às obras de expansão do Colégio Teutônico, realizadas nos anos 1960 e 1970. Estas obras também afetaram o cemitério.

Filha de um funcionário do Vaticano, Emanuela Orlandi residia dentro das muralhas do Vaticano. Ela foi vista pela última vez em 22 de junho de 1983, quando saía de uma aula de música no centro de Roma.

Este desaparecimento nunca resolvido intriga os italianos e desencadeou uma série de teorias e conspirações envolvendo a máfia, o setor financeiro e o Vaticano.