Um novo acordo foi assinado entre a Santa Sé e a empresa de auditoria americana PricewaterhouseCooper (PwC), após a suspensão abrupta de um primeiro acordo firmando em abril sob as ordens da Secretaria de Estado, informou nesta sexta-feira o Vaticano.

“Dada a atividade realizada pela PwC, a Santa Sé anunciou que as partes assinaram um novo acordo que prevê uma maior colaboração da PwC”, indicou o Vaticano em um comunicado.

“O objetivo é permitir que todos os órgãos da Santa Sé participem mais ativamente no processo de reforma. Através desta iniciativa, a Santa Sé vai beneficiar num futuro próximo da colaboração da PwC. O compromisso com uma revisão econômica-financeira tem sido e continua a ser uma prioridade”, ressaltou.

Trata-se de um “acordo-quadro aberto” sem limitação de tempo, indicou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.

A auditoria, confiada a PwC em dezembro sobre os balanços do Vaticano, foi suspensa em abril, para verificar a validade da adjudicação deste contrato, no valor de US$ 3 milhões e previsto para três anos.

Esta suspensão foi vista como uma resistência interna às reformas desejadas pelo papa Francisco.

O novo secretário para a Economia, o cardeal australiano George Pell, havia sido criticado internamente por não respeitar as novas prerrogativas do Conselho da Economia, encarregado de avaliar e aprovar As reformas econômicas e financeiras.

O novo acordo estabelece que PwC – “auditor externo do balanço financeiro consolidado” no acordo anterior – vai agora desempenhar um papel de “assistência” para o escritório do Auditor Geral do Vaticano, “como é a regra em cada Estado soberano”.

Trata-se de ajudar a Santa Sé a implementar as normas internacionais de contabilidade do setor público, “um processo longo e complexo” que exige escolhas legislativas e adoção de procedimentos administrativos e contabilísticos, atualmente “em curso de elaboração”.

O padre Lombardi explicou que o novo acordo não diz respeito apenas à autoria dos balanços. A empresa americana também poderá ser consultada pelos órgãos da Santa Sé, que vão precisar de ajuda na formulação de novos procedimentos e treinamento de pessoal.

De fato, um dos principais obstáculos das reformas econômicas e financeiras é a falta de competência dos funcionários e a incapacidade de implementar as normas internacionais.

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