CIDADE DO VATICANO, 29 JUL (ANSA) – A Congregação para a Evangelização dos Povos do Vaticano instituiu oficialmente em Macau, território autônomo pertencente à China, um colégio para disseminar o catolicismo na Ásia.   

Ex-colônia portuguesa, a região possui um status semelhante ao de Hong Kong (“um país, dois sistemas”) e já serviu de apoio para as missões de evangelização da Igreja Católica na Ásia nos séculos passados.   

O colégio se chamará Redemptoris Mater, segundo a agência vaticana Fides, e será guiado pelo “Caminho neocatecumenal”, itinerário de formação cristã fundado em 1964.   

A escola foi instituída por meio de um decreto assinado pelo prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, cardeal Fernando Filoni, em 29 de junho passado, e abrirá as portas em setembro, com um primeiro núcleo de estudantes provenientes de diversas partes do mundo.   

Funcionando como um “seminário maior” da Igreja, seu objetivo será preparar futuros sacerdotes para a evangelização na Ásia.   

“[A escola] É fruto da criatividade apostólica que olha para a evangelização da Ásia e expressa uma vontade de descentralização da congregação”, disse o cardeal Filoni.   

A abertura do colégio acontece no âmbito das negociações entre a China e o Vaticano, que não têm relações diplomáticas desde 1951, quando o papado reconheceu a independência de Taiwan.   

Atualmente, a China conta com uma “igreja oficial”, enquanto a Santa Sé atua quase na clandestinidade. Em setembro passado, no entanto, os dois lados anunciaram um acordo provisório no qual o Vaticano aceitou sete bispos que haviam sido nomeados à revelia do Papa, enquanto Pequim reconheceu pela primeira vez o Pontífice como líder da Igreja Católica.   

“Quisemos responder ao convite de João Paulo II, que, no início do novo milênio, dizia que a Ásia seria o grande continente a ser evangelizado”, acrescentou o cardeal Filoni. (ANSA)