As vendas no varejo completaram três meses de quedas em setembro ante agosto, acumulando uma perda de 2,4% no período, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “O varejo se enfraqueceu nos últimos três meses”, declarou Isabella Nunes, gerente na Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.

As vendas no varejo caíram 1,7% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre de 2016. Já o varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, teve retração de 2,7% no mesmo período. “O varejo acentua o ritmo de queda”, observou Isabella.

No mês de setembro, a retração nas vendas foi de 1,0% ante agosto.

“Essa perda é generalizada entre as atividades, mas foi impulsionada por supermercados, seguida por móveis e eletrodomésticos”, apontou Isabella.

As vendas dos supermercados recuaram 1,4% em setembro ante agosto, enquanto o volume vendido por móveis e eletrodomésticos caiu 2,1%.

Segundo Isabella, o movimento é reflexo da deterioração no mercado de trabalho, especialmente do recuo na massa de salários pagos aos trabalhadores ocupados. “Isso traz impacto direto sobre o consumo das famílias”, afirmou a pesquisadora.

Outro empecilho às compras é a inflação, especialmente os aumentos acumulados nos preços dos alimentos consumidos no domicílio, lembrou a gerente do IBGE.

“Na verdade, o supermercado é o termômetro do mercado varejista.

Principalmente porque, em momento de crise, ele é o ultimo a ser afetado,

devido à natureza dos bens que comercializa. Mas, quando recua, tem o maior impacto sobre o total do varejo”, acrescentou Isabella.

Média móvel trimestral

O índice de média móvel trimestral das vendas do comércio varejista restrito caiu 0,8% em setembro, divulgou o IBGE.

No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, o índice de média móvel trimestral das vendas teve recuo de 1,0% em setembro.

Revisões

O IBGE revisou o resultado das vendas no varejo em agosto ante julho, de -0,6% para -0,8%. O resultado de julho ante junho também foi revisto, de -0,6% para -0,7%.