As vendas do comércio varejista para o Dia das Crianças devem somar R$ 8,44 bilhões este ano, uma alta de 1,2% em relação ao desempenho do ano passado, já descontada a inflação do período, calculou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Se confirmada a projeção, a movimentação financeira deve enfim superar o nível pré-pandemia, de 2019, quando as vendas alcançaram R$ 8,42 bilhões. No ano passado, o setor movimentou R$ 8,34 bilhões em vendas, em meio à influência da inflação pressionada e dos juros elevados.

O Dia das Crianças é considerado o terceiro evento mais relevante do calendário do varejo nacional, ficando atrás apenas do Natal e do Dia das Mães em volume de vendas, frisou a CNC, em nota.

A entidade ressalta que, atualmente, o nível geral de alta dos preços está “significativamente abaixo daquele verificado às vésperas da mesma data de 2022?, com uma alta acumulada de 4,61% em 12 meses até agosto deste ano, contra um avanço de 8,73% nos 12 meses até agosto do ano passado, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Do ponto de vista das condições do mercado de crédito, entretanto, o início recente do processo flexibilizações da política monetária ainda não deverá permitir que a tomada de crédito se configure como um estímulo ao aumento das vendas, na medida em que a taxa média de juros das operações livres destinadas às pessoas físicas (57,71% ao ano) ainda se encontra acima do patamar registrado um ano atrás (54,02% ao ano), de acordo com levantamento mensal do Banco Central”, ponderou o relatório da CNC.

A CNC calcula que o preço médio da cesta composta por 11 grupos de bens e serviços relacionados ao Dia das Crianças suba 7,0% em relação à mesma data de 2022, o que representa uma desaceleração ante o aumento de 9,9% registrado no ano passado.

Os maiores avanços de preços são previstos nos itens sapatos infantis (+12,4%), livros (+10,3%) e tênis (+9,0%). Na direção oposta, videogames (-8,5%) e bicicletas (-0,1%) devem estar mais baratos do que há um ano.

O setor de vestuário e calçados será o destaque nas vendas em 2023, concentrando 33% do volume previsto, R$ 2,83 bilhões, seguido por eletroeletrônicos e brinquedos (R$ 2,13 bilhões) e perfumaria e cosméticos (R$ 1,65 bilhão).

Apenas quatro Estados devem responder por quase 60% do total movimentado com a data em 2023: São Paulo (R$ 2,738 bilhões), Rio Grande do Sul (R$ 840 milhões), Minas Gerais (R$ 838 milhões), e Rio de Janeiro (R$ 675 milhões). O maior avanço regional nas vendas em relação à mesma data de 2022 é esperado no Ceará, alta de 7,7%.