O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que a companhia vai voltar a “lotar” os estaleiros nacionais, em referência à demanda por embarcações da expansão de seus negócios de óleo e gás nos próximos anos.

Prates fez um discurso de forte caráter político durante o lançamento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), nesta sexta, no Rio, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros de estado, no Rio de Janeiro.

“Vamos lotar os nossos estaleiros de novo”, afirmou, ao dizer que serão “pelo menos” 25 novos navios para a Petrobras à frete e 26 projetos de descomissionamento, que é o recolhimento, desmanche e tratamento de estruturas ligadas às atividades de óleo e gás da companhia, na maioria das vezes, offshore.

Prates também listou outras iniciativas da Petrobras, das empresas com participação estatal que mais tem projetos inscritos no novo programa federal. “A Petrobras tem obrigação como estatal de contribuir com o PAC”, disse Prates. Os projetos da companhia integram o montante total de investimentos de estatais previstos no PAC (R$ 343 bilhões), com R$ 323 bilhões previstos em 47 projetos, segundo Prates.

“Vamos entrar no mercado do óleo vegetal, seja biodiesel ou diesel R”, disse o presidente da Petrobras, garantindo que não haverá “briga” com produtores de biodiesel. A Petrobras desponta como fabricante de biocombustíveis de última geração, que podem, no futuro, compor mandatos dentro da mistura do diesel A.

Prates disse, ainda, que a Petrobras vai se “reconectar” com países vizinhos, em referência aos movimentos internacionais da empresa, por exemplo, na direção de Bolívia, Colômbia e Argentina. Na Bolívia, já disse o presidente da Petrobras, ele busca uma revisão de contratos de gás que viabilize a retomada de atividades de exploração e produção pela Petrobras. A Colômbia, por sua vez, guarda as mais recentes descobertas de óleo e gás da empresa no exterior.

‘Responsabilidade ambiental’

Em discurso, Prates mencionou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, garantindo que a Petrobras vai voltar à exploração, mas com “muita responsabilidade ambiental”. Nos bastidores, os dois estão em lados opostos com relação às atividades exploratórias de óleo e gás na Margem Equatorial, sobretudo na Bacia da Foz do Amazonas.