O canoísta Isaquias Queiroz quer sair dos Jogos de Tóquio novamente como o maior medalhista do Brasil nesta edição. Ele já obteve esse feito na Olimpíada do Rio, em 2016, quando subiu três vezes no pódio. Mas faltou a medalha de ouro, que ele busca garantir agora no Japão nas duas provas que vai disputar: no C1 1.000m e no C2 1.000m, ao lado do parceiro Jacky Godmann. “Sei que pode parecer ganancioso, mas cinco anos de trabalho precisam ser coroados”, disse.

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Qual a sua expectativa para os Jogos de Tóquio?

São as melhores possíveis e estou bem feliz por ter chegado até aqui. Me preparei o máximo, sempre me cuidando, graças a Deus não tive nenhuma lesão grave e estou só esperando o dia da competição, que é dia 2, no C2.

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Acha possível repetir o desempenho dos Jogos do Rio e subir ao pódio novamente?

Só eu sei o quanto treinei para evoluir para ganhar a medalha. E espero ganhar. A expectativa é ganhar a medalha de ouro. Não sei se vem uma ou duas. A gente não vai entrar na água para brigar pela prata ou bronze, vamos pelo ouro. É um objetivo meu, e do Lauro, por tudo que fizemos, então quero o ouro no C1. Já no C2 temos feitos ótimos treinamentos com o Jacky, evoluímos, e acho que vamos brigar por medalha, só não sabemos qual a cor. Sei que pode parecer ganancioso, mas cinco anos de trabalho precisam ser coroados.

Você não terá em Tóquio seu antigo técnico, o Jesus Morlan, que faleceu, e seu parceiro Erlon de Souza, que se machucou. Como será competir com essas duas ausências importantes?

Meu trabalho e o meu foco são conquistar as duas medalhas. Com o Erlon, eu também tinha chance de medalha, e o Jesus sabe o que ele fez pela gente aqui no Brasil, então não queremos deixar passar em vão. Queremos coroar com pódio essa homenagem a ele, então tem de ser duas medalhas.

Foi duro ver que o Erlon iria ficar fora da Olimpíada por causa do problema físico?

A gente se esforçou bastante, e sei que é muito triste treinar quatro anos e ficar fora da Olimpíada. Não é toda vez que a gente tem a possibilidade de participar de um evento grandioso como esse. Agora o Erlon está se recuperando para tentar ir para os Jogos de Paris. Mas no momento o objetivo é Tóquio e estou muito concentrado nisso.

Como foi sua reta final de preparação no Brasil?

Fiz um treinamento bem pesado, teve um dia até que saí da água vomitando. Mas pelo treinamento que fizemos, estou bem confiante de que pode chegar uma medalha.

Como é a relação com sua nova dupla, o Jacky Godmann?

Ele ainda é um pouco tímido, ele trava nas entrevistas. Mas estou conversando com ele e falando: ‘Seja mais você’. Aqui todo mundo é brincalhão, até o Erlon. Acho que é o estilo baiano, que leva as coisas de uma forma leve e sempre tem brincadeira.

Como você lida com a fama que a canoagem te proporcionou?


Agora estou mais acostumado, mas acho que não é fama. Eu sinto que é reconhecimento ao meu trabalho, fama é com ator. Eu vejo o pessoal vibrando quando ganho a medalha, então quero ter mais reconhecimento ainda. E sempre vou lembrar das várias pessoas que me ajudaram na carreira.

Você costuma fazer algumas tatuagens. Gosta de mostrar sua vida no corpo?

Sim. Eu acabei de fazer o rosto da minha esposa, tenho ainda o nome da minha mãe, uma figura maori, tenho também na costela uma tatuagem que é uma sombra minha remando. Também tatuei uma marca que queria alcançar, que era 3min46s, mas depois já fiz 3min44s e preciso atualizar. E depois de Tóquio quero fazer uma do meu filho e da minha mãe.

Como é lidar com essa distância da família neste momento?

Sinto muita falta, porque quando estou com meu filho costumo brincar muito com ele. Ele fica brincando de caubói e o Sebastian gosta de ir no barco, quer ir sentadinho e ver eu remando. Para mim é muito bom estar com a família.

Fisicamente, como você está para a Olimpíada?

Estou muito bem. Tento manter o padrão físico e estar entre 84 kg a 85 kg. Acho que estou mais magro que no início do ano, com menos gordura, mas mais forte. Acredito que estou no peso ideal de competição.


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