21/11/2024 - 21:24
Um dos maiores ícones de beleza do Brasil, Valéria Valenssa, 53 anos, está sempre ousando quando o assunto é cabelo. Dos fios curtos, aos mais longos, cacheados, encaracolados, lisos, mais escuros ou mais claros e até às estilosas tranças, a eterna Globeleza está sempre mudando o visual. Mas, apesar da constante metamorfose, a modelo e apresentadora está entre os milhões de brasileiros que sofrem com alopecia de tração, nome científico para o problema de queda de cabelo, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
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A condição, que afeta principalmente a população afrodescendente, em especial nas mulheres, é normalmente causada pelo uso excessivo de penteados apertados, como rabos de cavalo, coques, tranças, apliques, entre outros. E uma das maiores das queixas de quem sofre com esse tipo de alopecia, é, sem dúvidas, a perda da autoestima.
“Eu tenho algumas queixas aqui na frente. E é curioso, porque eu nunca me atentei para isso. E é muito importante a gente buscar a saúde também para os nossos cabelos, porque com a minha profissão eu tive que mudar muito o cabelo, colocar megahair, lace, fazer diversos penteados, colorir, descolorir, estar sempre variando. E para além do trabalho, eu como mulher também gosto muito de mudar, experimentar diferentes estilos. Mas isso danifica muito o cabelo. E o cabelo, é a nossa coroa, não é mesmo?”, explicou Valéria, durante sessão de tratamento capilar.
“Nós somos muito visuais, e a Globeleza era também um personagem que atraia muitos olhares. E o cabelo era uma marca registrada dela, porque a pintura acaba mudando todos os anos, mas o cabelo na maioria absoluta das vezes da vinheta, foi aquele black bem chanel, que eu amava e até hoje as pessoas comentam como ele foi referência nos anos 90”, continuou a modelo.
“E é muito interessante, porque naquela época não tinha muitas referências, mas eu sempre tive uma autoestima muito elevada e essa autoconfiança expressava muito para o personagem. E acho importante as pessoas buscarem esses valores dentro de si, se conhecer e se amar”, aconselhou.
Valéria afirmou, ainda, que o uso de químicas, colorações e muitos penteados a fez buscar esse tratamento junto com especialista.
“Estou fazendo o tratamento, justamente na parte da frente do cabelo, que já é uma área mais exposta. Mas posso dizer como muita convicção de que seu tivesse esse conhecimento sobre a alopecia muito tempo atrás, já teria iniciado esse tratamento antes. Graças a Deus não tive uma queda radical aqui na frente, porque sempre que caia um pouco mais eu buscava recuperar os fios. Mas agora eu tenho mais essa reeducação de cuidar mesmo e consciência de que o cabelo também precisa ter saúde”.
Especialista explica o tratamento de Valéria
Em entrevista, a médica dermatologista, especializada em tricologia e implante capilar, *Dra. Carolina Gamallo, que cuida da ex- Globeleza, deu mais detalhes sobre a alopecia de tração e os tratamentos que estão sendo feitos em Valéria.
“Isso é bem importante falar, porque a alopecia é um termo genérico, existem várias causas de queda de cabelo que precisam ser investigadas. A alopecia de tração, é uma forma de queda de cabelo resultante de tensão prolongada ou repetitiva dos fios e que acomete o limite anterior e lateral do couro cabeludo. E no caso da própria Valéria, ela é cicatricial, ou seja, é aquele estágio final da doença, quando a pele normal é substituída por áreas de cicatriz. Neste caso, o pelo deixa de existir definitivamente naquela região e a regeneração do folículo se torna impossível”, esclarece a especialista.
Carolina Gamallo explica que quanto antes for investigado, melhores serão os resultados.
“Fizemos na Valéria um protocolo capilar tanto de estimulo de crescimento, quanto de anti-inflamatório local, que inclui laser terapia, seguida do procedimento de MMP – Microinfusão de medicamentos no couro cabeludo, para oferecer a medicação de maneira homogênea na área acometida”, pontua a médica.
Valéria Valenssa faz alerta importante
A Globeleza fez um alerta sobre a condição, em especial para os pais: “É importante evitar que as crianças usem penteados como tranças, coques, grampos e elásticos muito apertados, para que ao longo dos anos, essas crianças não desenvolvam a tração contínua ou uma posterior perda irreversível dos cabelos”, disse ela.
“Acho que a palavra chave para todos nós, na verdade, é prevenção para evitar problemas graves. Vejo hoje pessoas jovens sofrendo com isso. Elas não têm noção de que num futuro próximo isso pode piorar muito. Então fica aqui o meu alerta”, concluiu.
*Dra. Carolina Gamallo CRM/RJ 52 01041320 é médica dermatologista, especializada em tricologia e implante capilar, com residência em Clínica Médica pelo Hospital Federal de Bonsucesso no Rio de Janeiro. Ingressou em Dermatologia pelo Instituto de Dermatologia Azulay – Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro e é membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
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