Como qualquer ser humano, sou uma pessoa de erros e acertos. Acho até que de mais acertos, o que não me impede, como bem canta Frejat, de errar feio e bastante. Porém, dentre meus defeitos, não estão prepotência e burrice. Por isso, jamais pensei ensinar banqueiro a ganhar dinheiro ou discutir política com um… político.

Assim, quem seria eu, portanto, para dar conselhos a Romeu Zema, o governador de Minas em seu segundo mandato? O cara sabe o que faz e, se não sabe, tem ao seu lado uma sorte que não apenas o levou ao Palácio Tiradentes, mas o mantém por lá. Mas, na boa, vou arriscar a pagar mico e mandar a real para o Chico Bento.

Seguinte: li que o todo-poderoso dono do PL, Valdemar Costa Neto, cujo currículo inclui passagens pela prisão e outras situações absolutamente desabonadoras em qualquer país minimamente decente, cobrou do governador mineiro o apoio ao deputado estadual Bruno Engler, pré-candidato à prefeitura de Belo Horizonte.

Para quem não conhece o moço – e é difícil mesmo conhecê-lo – trata-se de uma espécie de boneco mamulengo do patriarca do clã das rachadinhas e das mansões milionárias, compradas com dinheiro vivo e panetones de chocolate, que diversificou as atividades para o contrabando de joias. Eu me refiro, é claro, a Jair Bolsonaro.

Inexpressivo de pai e mãe, incapaz de dissertar por dois minutos sobre o que pensa e quer para Belo Horizonte, Engler aparece bem-posicionado em algumas pesquisas, justamente por ser visto como fantoche do bolsonarismo – e nada mais. Quais outros, digamos, méritos ou atributos? Ser atleticano, talvez, hehe.

Ainda assim, sabe-se lá por que, o ex-mensaleiro, preso ao lado de José Dirceu, sente-se no direito de dar um pito e cobrar publicamente de Zema o apoio ao rapaz nas eleições de outubro, sob pena de – ulalá, que meda! – não apoiar o governador em uma possível candidatura ao Planalto em 2026.

Zema terá diversos caminhos para tanto, se, de fato, resolver se aventurar à Presidência da República, e o PL de Bolsonaro e Costa Neto não será a última bolacha no pacote, ainda que obviamente muito importante. Acredito que o governador de Minas tem muito mais a perder do que a ganhar associando seu nome a alguém como Bruno Engler.

Bem, agora que me atrevi a dar conselho, seguindo a máxima do ministro “por onde passa boi passa boiada”, sugiro a Zema que apoie o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, e explico: é decente, faz uma gestão técnica como gosta o Novo e, principalmente, é um político de centro, algo que será determinante nas eleições vindouras.

Valdemar Costa Neto acostumou-se a mandar e desmandar nas fileiras do bolsonarismo, e por isso, talvez, imagine poder fazer o mesmo no Novo. Romeu Zema – espero!! – tem mais autonomia e amor próprio que Jair Bolsonaro, e deveria mandar o ex-presidiário para a Papuda que o Pariu. Em Minas, não, violão!