Segundo levantamento inédito realizado pela Gupy, empresa líder em tecnologia para Recursos Humanos no Brasil, o número de vagas exclusivas para os chamados grupos diversos cresceu na plataforma. Entre as vagas abertas direcionadas para populações diversas, 39% foram para profissionais negros e 37,5% para o grupo LGBTQIA+. A startup analisou cerca de 60 mil vagas abertas mensalmente na plataforma, entre os últimos cinco meses de 2020 contra os primeiros cinco meses de 2021.

De acordo com Mariana Dias, CEO da Gupy, o dado traz esperança para assuntos relacionados à Diversidade e Inclusão nas empresas. “As organizações estão tomando consciência do seu papel na sociedade no que diz respeito à geração de oportunidade e inclusão. Elas estão começando a colocar em práticas atitudes que eram vistas apenas em discursos e estão se comprometendo muito mais a equidade dos grupos, criando políticas internas, manifestos, comitês e trazendo essas pessoas para cargos de lideranças”, avalia.

Um desses exemplos é a Camila Krauss, 41, supervisora comercial da Reserva. Ela ingressou na empresa como vendedora e ao longo dos 13 anos na empresa, foi promovida diversas vezes e atualmente é supervisora responsável pelos Estados da Bahia e São Paulo, além disso, lidera um time de 100 pessoas. “Em 2019, eu e minha esposa fizemos um tratamento de fertilização e tivemos o nosso neném. A empresa comemorou e se emocionou junto comigo. Eu sempre gostei daqui porque desde o início eu pude ser quem verdadeiramente sou”, conta. Na época, tirou 45 dias de licença maternidade para curtir os primeiros momentos do bebê ao lado da sua esposa, que foi a responsável por gestar.

Outro exemplo ainda dentro da Reserva é o Igor de Barros, gerente de estilo da marca. Há seis anos na empresa, ele é atualmente o responsável pela direção criativa da marca e coordena o time de estilo e inovação. Igor enxerga que seu papel como parte da comunidade LGBTQIA+ em cargos de liderança é importante para inspirar outras pessoas, mas destaca que as empresas ainda precisam melhorar suas ações para que os grupos minoritários consigam alcançar cargos importantes.

A Gupy, além de elaborar levantamentos direcionados aos públicos diversos e fomentar o assunto por meio de eventos e outras ações, tem como co-fundador e CMPO o Guilherme Dias, que destaca a importância de também criar um ambiente confortável e acolhedor para todos. “Quando fundamos a Gupy, eu não falava abertamente sobre minha orientação sexual com o time. Mas, depois de uma palestra, me dei conta que, para construir uma cultura que valorizasse a diversidade, inclusão e respeito às diferenças, eu deveria começar dando o exemplo ao falar sobre a minha própria vida como LGBTQIA+. Hoje, eu faço questão de falar sobre isso até no onboarding de novos colaboradores, para evidenciar que não existe tabu nesse assunto dentro de casa, mesmo que a gente já tenha mais de 200 colaboradores no time”, afirma.

Nyldo Moreira, 30, ocupa o cargo de Head de Atendimento na Fala Criativa e conta que já sofreu muito preconceito por fazer parte do grupo, desde a escola até no ambiente corporativo. Apesar disso, ele afirma que encontrou uma posição no mercado onde se sente livre e estimulado para ser quem é. “Eu tenho a oportunidade de liderar num espaço que dificilmente nos possibilita essa abertura, é como se o gay não pagasse contas, não pudesse assumir cargos executivos, não pudesse crescer. E eu quero ser exemplo como profissional homossexual, eu quero engajar pessoas como eu. Eu sou extremamente respeitado aqui e ouvido e quero que outras pessoas se sintam assim também”, finaliza.

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