12/03/2024 - 13:13
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), prestou depoimento por mais de nove horas à Polícia Federal, em Brasília (DF), na segunda-feira, 11. Durante a oitiva, ele abordou temas de sua delação premiada e falou sobre o caso de falsificação de certificado de vacinação, joias sauditas e a suposta trama golpista para manter o ex-presidente no poder.
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De acordo com a colunista Camila Bomfim, do g1, Mauro Cid reforçou a colaboração com a corporação e corroborou elementos que a investigação alcançou após o acordo de delação, firmado em setembro de 2023.
Os investigadores informaram que, segundo o ex-ajudante de ordens, os ex-assessores e militares – alvos da Operação Tempus Veritatis que apura a suposta tentativa de golpe de Estado – haviam sido avisados que não tinha nenhum fraude com as urnas eletrônicas e que o sistema era confiável e seguro.
Mesmo assim, eles teriam continuado com as reuniões sobre a suposta trama golpista. Mauro Cid ainda contou à PF que o ex-assessor Filipe Martins teria apresentado uma minuta golpista ao ex-presidente, em novembro de 2022, com um decreto para convocar novas eleições e prender adversários, de acordo com o UOL.
O ex-ajudante de ordens relatou que Bolsonaro teria solicitado alterações no texto e submeteu a suposta minuta aos comandantes das Forças Armadas durante uma reunião no final de 2022.
Nesse encontro, o então chefe do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Baptista Júnior, se manifestaram contrários ao plano. Por conta disso, a iniciativa não foi adiante. Os dois já haviam dito isso para a instituição durante seus depoimentos.
Mauro Cid não é investigado no inquérito que deu origem à Operação Tempus Veritatis, mas os investigadores quiseram ouvi-lo novamente para esclarecer algumas lacunas deixadas em depoimentos anteriores. O ex-ajudante de ordens é obrigado a prestar novas informações à corporação sempre que solicitado para não perder os benefícios da delegação.
Este foi o sétimo depoimento de Mauro Cid à PF. Apesar de ter durado mais de nove horas, não foi o mais longo. Veja lista completa abaixo:
- 3 de maio de 2023: ficou em silêncio;
- 18 de maio de 2023: ficou em silêncio;
- 6 de junho de 2023: ficou em silêncio;
- 25 de agosto de 2023: duas horas;
- 28 de agosto de 2023: 10 horas;
- 31 de agosto de 2023: 12 horas;
- 11 de março de 2024: nove horas