Que o presidente da República é um negacionista obscurantista, beirando o psicopata, todos estamos cansados de saber. A dúvida do momento é por que o amigão do Queiroz investe tão ferozmente, dia sim, dia também, contra uma possível, provável e inevitável (mais cedo ou mais tarde) vacina contra esse maldito novo coronavírus.

Há, na minha opinião, duas hipóteses: a primeira, seria a estupidez inata deste senhor. Pau que nasce torto morre torto. Simples assim. Bolsonaro não domina a lógica elementar; move-se por instinto e intuição. Racionalidade é algo desconhecido para ele. Tampouco domina a própria língua, seja a portuguesa, seja a incontinência verbal. Daí falar tanta besteira, e naquele linguajar semelhante ao dilmês castiço.

A segunda, igualmente plausível e possível, chama-se medo. De quem? Das ruas, ora. O marido da Michelle, jocosamente apelidada de ‘Micheque’ por conta dos depósitos inexplicáveis – e até hoje inexplicados – em sua conta corrente, oriundos de um casal ligado às milícias do Rio, sabe que sua popularidade é, como dizia a letra de uma música pra lá de brega, de meados dos anos 1970, “nuvem passageira, que com o vento se vai”.

Imaginem os senhores, na hipótese de um segundo semestre do ano que vem (ante-sala das eleições de 2022), com desemprego altíssimo, economia em frangalhos, inflação nas alturas e popularidade em declínio, a população livre para se manifestar. As milícias digitais do bolsonarismo são fortes porque digitais e soberanas. Já manifestações populares de verdade, com gente nas ruas, não é exclusividade nem soberania dos minions.

Ao vivo e em cores, a turba bolsonarista não poderá oprimir e calar, na base da ofensa, como faz nas redes, a parcela (majoritária!!) da população que não suporta mais tanta ignorância e brutalidade advindas deste governo errático e incrivelmente ruim. Mês passado, terminou o auxílio emergencial de R$ 600. Em dezembro, terminará o de R$ 300. A partir de janeiro, é vida que segue, com sangue, suor e contas para pagar.

Para Bolsonaro, quanto menos gente nas ruas e mais robôs na internet, melhor. A(s) vacina(s) restabelecerão a devida popularidade do vendedor de cloroquina. Ele é “um castelo de areia na beira do mar”. Ah! A música se chama Nuvem Passageira, de um tal Hermes Aquino, e diz também: “Eu sou como um cristal bonito, que se quebra quando cai”. Até as emas do Alvorada já descobriram isso, hehe.

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