19/05/2021 - 19:23
Por Nicola Ferreira, da Agência Einstein
Além do aumento de casos e de mortes, a segunda onda da Covid-19 possibilitou o ressurgimento de inúmeras fake news sobre a doença. Uma delas foi feita pelo deputado federal Daniel Silveira, que, ao ser questionado do porquê não usava máscara dentro do avião, justificou ter uma dispensa médica para isso e que “a máscara não funciona em nada (contra o coronavírus)”.
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Críticos da máscara defendem sua posição utilizando diversos argumentos. Um deles é que o acessório restringe a circulação de oxigênio necessária para a respiração, o que poderia levar a uma “intoxicação” por dióxido de carbono, enfraquecendo o sistema imunológico. Contudo, pesquisadores da Universidade de MacMaster, no Canadá, indicaram que o uso da proteção facial não atrapalha na respiração.
Para chegar nessa resposta, os estudiosos pediram que 25 pessoas, com idade média de 77 anos, utilizassem um oxímetro (dispositivo que permite identificar a quantidade de oxigênio no sangue do paciente) e analisaram dados desses participantes antes, durante e depois do uso da máscara. Nesse período, os investigados continuaram a exercer sua rotina diária e mediam os seus níveis de oxigênio uma hora antes de usar a máscara, durante o uso por mais de uma hora e após 60 minutos depois de tirá-la.
Ao coletar os números, os pesquisadores notaram que a saturação (porcentagem de oxigênio que está sendo transportado) era, em média, de 96,1% antes do uso, e aumentou, respectivamente, para 96,5% e 96,3%, durante e depois do uso. Os dados sobre a saturação são considerados saudáveis a partir de 89%.
Vacinação também leva a diversas fake news
Com o aumento do movimento antivacina e com as discussões sobre o período de vacinação, esse tema se tornou um dos favoritos para os disseminadores de boatos. No entanto, números de antes da pandemia já mostravam que notícias sobre a imunização por meio da vacinação já sofria com os males das fake news. De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações, que fez o estudo no final do ano passado, 67% dos brasileiros já acreditaram em alguma fake news sobre vacina.
Uma das notícias falsas mais antigas é que as vacinas causam autismo. Essa mentira surgiu após um estudo associar a Tríplice Viral com aumento nos casos da doença. Pouco tempo depois de sua publicação, estudiosos comprovaram que não existia essa relação e cassaram a licença do pesquisador responsável pela publicação.
Com a chegada da vacina, novas fake news estão sendo não apenas replicadas por influenciadores e mensagens de redes sociais. Conheça algumas:
Vacina da SinoVac pode provocar câncer e transmitir o HIV
No vídeo, o autor da afirmação, um pastor cearense chamado Davi Goes, afirma que a vacina modificará o DNA do vacinado e levará ao desenvolvimento de câncer. Outro apontamento do pastor foi que ele ouviu dizer de um cientista francês, que a vacina está contaminada com vírus HIV.
Essa mentira surgiu porque algumas vacinas (como é o caso da de Oxford e a Sputnik) utilizam o adenovírus, vetor viral que já foi utilizada em pesquisas para desenvolvimento de uma vacina contra o HIV. Mas, de acordo com pesquisadores de várias partes do mundo, não há nenhum sinal do vírus causador da Aids nas vacinas que utilizam o adenovírus.
Já as modificações no nosso DNA são impossíveis já que essas vacinas não são inseridas diretamente no DNA e, consequentemente, não o modificam.
Vacina pode me infectar com o coronavírus
Pessoas que compõem movimentos antivacina afirmam que tomando a vacina, você será contaminado pela doença.
Além de nenhuma das postulantes a vacinas terem o agente viral em sua fórmula. Controlada e fiscalizada por diversas agências reguladoras, como a ANVISA, a vacina dificilmente chegaria ao público mostrando fragilidades como infecção pelo agente viral.
(Fonte: Agência Einstein)
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