Os transtornos mentais acometem cerca de um bilhão de pessoas no mundo, segundo dados de 2019 da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em alguns casos, um bom acompanhamento terapêutico e outras técnicas de medicina alternativa podem ser suficientes para controlar o diagnóstico e, por isso, o uso medicamentos não é uma orientação generalizada. No entanto, o que chama atenção no Brasil é alta do consumo de drogas como antidepressivos e ansiolíticos.

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Levantamento do Conselho Federal de Farmácia (CFF) aponta um aumento de cerca de 14% nas vendas de antidepressivos e estabilizantes de humor durante a pandemia da Covid-19, em 2020. Ainda, de acordo com um estudo realizado pela Funcional Health Tec, mulheres na faixa dos 40 anos são as que mais utilizam esses tipos de medicamentos sem prescrição.

Com orientação médica individualizada, essas drogas tratam condições como ansiedade, depressão, compulsão alimentar, transtorno afetivo bipolar, distúrbio do sono, disfunção sexual, entre outras. No entanto, o uso por conta própria pode, inclusive, ter objetivos contrários, como o emagrecimento em curto prazo, por exemplo.

“Tem pessoas que tomam para conseguir dormir durante uma viagem, por exemplo, ou para diminuir o apetite, sendo que na maioria das vezes, elas estão apenas expondo sua própria saúde sem nenhuma necessidade”, informa Sérgio Rocha, médico psiquiatra e diretor da Clínica Revitalis.

Os ricos dos antidepressivos sem receita médica

Cefaleia e alterações no sono são alguns dos possíveis efeitos colaterais do uso de antidepressivos e ansiolíticos sem prescrição (Crédito:Freepik)

Qualquer tipo de medicamento, mesmo aqueles que parecem “inofensivos”, demanda atenção ao uso. Contudo, opções como antidepressivos e ansiolíticos merecem cuidado intensificado, garante o psiquiatra.

“Entre os efeitos colaterais dos antidepressivos, podemos destacar taquicardia, disfunção sexual e as reações anticolinérgicas. Mesmo os medicamentos mais modernos ainda possuem alguns efeitos, como problemas gastrointestinais, alterações no sono, nível de energia e cefaleia”, pontua.

Além desses fatores, esse tipo de medicamento pode causar dependência. “O ‘desmame’ da medicação é feito dependendo de cada caso e de cada paciente, coisa que só um profissional saberá fazer corretamente”, explica Sérgio.

Por fim, o psiquiatra ressalta a variedade de remédios para o mesmo viés, o que reforça a importância da orientação médica acerca da real necessidade, melhor opção e dosagem para cada paciente. Além disso, em alguns casos, é preciso um período de adaptação para o tratamento efetivo.