São Paulo, 14 – A produção mundial de café deve somar 169,1 milhões de sacas de 60 kg na temporada 2019/20, uma queda de 3,1% em relação ao clico anterior, de acordo com relatório semestral sobre o setor publicado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A redução se deve principalmente ao ano de bienalidade negativa nas lavouras de arábica no Brasil, disse o USDA.

O consumo mundial deve alcançar um recorde de 167,9 milhões de sacas, um aumento de 2,5% ante a temporada 2018/19. Já os estoques globais devem cair 7,7%, para 33,5 milhões de sacas. O USDA prevê um recuo de 0,67% nas exportações mundiais, para 116,8 milhões de sacas. Segundo a agência, os menores embarques do Brasil vão ofuscar as maiores exportações da Indonésia e do Vietnã.

O USDA estima a safra brasileira de café arábica em 41 milhões de sacas, uma queda de 15% ante o ciclo anterior. O clima tem sido favorável nas principais regiões de cultivo do País, mas a produção deve diminuir por causa do ano de bienalidade negativa. O governo dos EUA disse que a qualidade da safra deve ser inferior à do ano passado porque os pés de café em várias áreas estavam em diferentes estágios de maturação quando as cerejas de café foram colhidas.

Quanto ao café robusta (conilon), produtores brasileiros devem colher um recorde de 18,3 milhões de sacas, um aumento de 10% na comparação anual, disse o USDA. A produção total de café do Brasil deve diminuir 8,5% em 2019/20, para 59,3 milhões de sacas. As exportações do País devem somar 33,5 milhões de sacas, uma queda de 6,9%.

A segunda estimativa oficial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada em maio, projetou a safra brasileira 2019 em 50,92 milhões de sacas, o que corresponde a uma queda de 17,4% em comparação com a produção recorde de 61,66 milhões de sacas em 2018.

O USDA disse que a produção de café no Vietnã, segundo maior produtor mundial, deve aumentar em 100 mil sacas para um recorde de 30,5 milhões de sacas.

A União Europeia deve importar 48,5 milhões de sacas, 500 mil sacas menos do que no ano passado, segundo o governo dos EUA. O volume representa mais de 40% das importações mundiais. O Brasil deve fornecer 29% do total estimado.

Já as importações norte-americanas vão aumentar em 400 mil sacas, para 26,5 milhões de sacas. O Brasil também será o principal fornecedor, com 24% do total, disse o USDA.