Pegando carona no que os campeonatos europeus fizeram na retomada do futebol, o US Open também terá barulho artificial de torcida em seus jogos nesta edição, que terá início na segunda-feira. Sem poder contar com fãs nas arquibancadas, em razão da pandemia do novo coronavírus, a organização do Grand Slam americano recorreu a ferramentas de inteligência artificial para simular o ambiente de uma partida em suas quadras em Nova York.

Para dar vida ao público, somente virtual neste ano, o US Open buscou centenas de horas de vídeo da competição do ano passado para elaborar possíveis reações das arquibancadas durante os jogos. A compilação e a análise dos dados foram feitos pela IBM, empresa parceira do torneio, através de sua plataforma de inteligência artificial.

“Esta informação será usada este ano para entregar esses sons de forma dinâmica, com base em partidas semelhantes do ano passado. As ferramentas estarão disponíveis para as equipes de produção no estádio e na ESPN”, explica a IBM, referindo-se ao canal de televisão que costuma transmitir o US Open nos EUA.

Com menos sofisticação, campeonatos de futebol usaram sons arquivados de suas torcidas para situações específicas em campo, como gritos de gol, vaias e até reclamação contra a arbitragem. No Brasileirão, clubes chegaram a contratar DJs profissionais para coordenar esses sistemas, que contam com alto-falantes na beira dos gramados.

O esforço do US Open vai além do som artificial da torcida. Tentando manter o apelo do torneio, apesar de sofrer com baixas de peso nas chaves, como as de Roger Federer e Rafael Nadal, o Grand Slam resolveu apostar alto também no universo digital.

O objetivo é compensar a ausência da torcida no complexo Billie Jean King National Tennis Center com maior mobilização dos fãs na internet. Assim, o US Open e a IBM elaboraram ferramentas para gerar discussões online, pelo site do torneio e também pelo aplicativo, mantendo o público conectado ao Grand Slam.

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Até provocações estão sendo preparadas para agitar as redes sociais. Perguntas como “quem é o melhor tenista de todos os tempos?” devem ser respondidas por recursos de inteligência artificial, com base em análise de milhões de fontes, como sites de notícias, gráficos, tabelas, arquivos em PDF e até imagens.

Todas estas informações, incluindo as estatísticas da competição, ficarão online, no que o US Open chama de “Nuvem Híbrida Aberta”, e não em um escritório ou departamento específico in loco, no complexo do torneio, como acontecia até o ano passado. A mudança também se deve à pandemia.

“A covid-19 afetou os esportes como um todo, e a capacidade dos fãs de vivenciar eventos esportivos ao vivo foi altamente impactada em 2020. Ao mesmo tempo, a pandemia acelerou a necessidade de tecnologias que usam inteligência artificial e são suportadas por uma nuvem híbrida escalável”, afirma Noah Syken, vice-presidente de Parcerias em Esportes e Entretenimento da IBM.


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