O chanceler do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, celebrou nesta sexta-feira a proximidade de um acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE) após décadas de negociações, ao fim de uma reunião com o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em Brasília.

“Hoje, o Mercosul está com uma agenda comercial muito dinâmica e estamos muito satisfeitos e felizes de poder estar vendo uma luz no fim deste longo caminho, de mais de 20 anos de negociações, que nos permita ter melhores possibilidades de acesso a um mercado tão importante como o europeu”, disse Nin Novoa numa coletiva de imprensa ao lado de Araújo no Itamaraty.

A possibilidade de um “acordo iminente” entre os dois blocos foi anunciada na quinta-feira pelo presidente Jair Bolsonaro, em Buenos Aires, onde se encontrou com o presidente da Argentina, Mauricio Macri.

O chanceler uruguaio destacou o papel do Brasil nas negociações com o bloco europeu.

“Nos parece que o Brasil tem feito um grande esforço nos últimos tempos e estamos chegando muito próximos de poder finalizar este acordo”, destacou.

“Estamos revitalizando o Mercosul”, expressou Araújo, que atribuiu os avanços à mudança na política econômica do Brasil desde a posse de Bolsonaro.

“Essa percepção de que a nova visão que o governo brasileiro tem de uma economia aberta, de uma economia dinâmica, conjuntamente com visões inteiramente procedentes dos outros três países, dá um novo impulso ao nosso bloco, que tem suscitado tantas dúvidas sobre sua pertinência, sobre sua eficácia”, afirmou o ministro brasileiro.

O otimismo do Mercosul contrasta com a cautela da Comissão Europeia, instituição que negocia em nome dos 28 países do bloco europeu.

Nesta sexta-feira, uma porta-voz da UE disse à AFP que o bloco “compartilha o compromisso” de chegar a um acordo final, mas que “para que isto ocorra, ainda resta trabalho por fazer a nivel técnico”.