ROMA, 20 JUL (ANSA) – A ursa JJ4, que atacou e matou o italiano Andrea Papi em um bosque na região do Trentino-Alto Ádige em 2023, foi transferida para a Alemanha na noite do último sábado (19).
O animal estava retido em um centro de recuperação da fauna alpina em Trento e foi levado para um vasto parque que acolhe animais de grande porte localizado na cordilheira da Floresta Negra: o “Parque Alternativo para Ursos e Lobos”.
A fundação alemã que administra o local assumiu integralmente os custos técnicos e financeiros da transferência.
De acordo com a Província Autônoma de Trento, outros dois ursos problemáticos, Jurka e DJ3, que foram removidos da região, já vivem na mesma instalação há anos.
Com a transferência da JJ4, apenas um urso permanece na área selvagem de Casteller, o M49.
“Hoje, o desejo de longa data de realocar a ursa JJ4 para a Alemanha se tornou realidade”, enfatizou o conselheiro florestal provincial, Roberto Failoni, que notificou a família de Papi.
“O objetivo é devolver o Casteller ao seu propósito original, dedicado a animais feridos ou em dificuldades, e não ao cativeiro permanente de espécimes problemáticos”, concluiu.
Os ataques de ursos em áreas protegidas na região causaram bastante polêmica na Itália. Meses depois da morte de Papi, a Justiça salvou a JJ4 ao suspender seu abatimento, em meio às críticas por ONGs que atuam pelos animais.
Hoje, a família do italiano disse à ANSA que quer reabrir o caso. “Nunca pedimos que a ursa fosse sacrificada. Amamos os animais, mas eles não nos fizeram justiça. Não se pode dizer que não há ninguém para culpar. JJ4 fez 67 incursões quando estava livre, eles sabiam que ela era perigosa. A negligência não foi nossa, mas de outra pessoa. Andrea não pediu”, afirmara os pais da vítima, por Carlo e Franca Papi.
Segundo eles, o caso foi encerrado, mas ambos querem reabrí-lo, porque ninguém “pode morrer apenas caminhando na floresta”. “Ele estava no lugar errado na hora errada, mas poderia ter acontecido com qualquer pessoa e pode acontecer novamente”.
“Não nos fizeram justiça. Como podem dizer que não há culpados?, questionaram. “Faremos tudo o que pudermos, chegaremos ao fundo da questão para dar a Andrea a justiça que ele merece”. (ANSA).